Dia 22 de agosto é comemorado o dia do Folclore. Há aproximadamente sessenta anos passados comemorava-se a data com um verdadeiro e atraente festival. E para lembrar, é necessário não esquecer um dos principais grupos folclóricos que se apresentou no mês de dezembro de 1960, no estádio do DERAC: a Congada Nossa Senhora do Rosário, de gratas memórias.
Essa, então denominada Embaixada representava a luta entre Mouros e Cristãos. O chefe do grupo atendia pelo nome de Teodoro Manuel de Oliveira, o Dórico, que hoje contaria com 87 anos de idade que era também um exímio “cantador de cururu”. Ela (embaixada) se baseia no livro “História dos Doze Pares da França e o Imperador Carlos Magno”. Reviviam a guerra entre os cristãos e os turcos, comandados por Ferrabráz. Segundo Dórico (que fazia o papel de chefe dos mouros), naquele 1º Festival de Folclore de Itapetininga, o roteiro da embaixada seguia da seguinte forma:
Ferrabráz era antigo rei da Alexandria. Esta pertencia aos turcos e ia desde água morta até o Mar Vermelho. Ferrabráz soube da guerra de Carlos Magno contra os mouros e desafia o Imperador e seus Doze Pares. “É a parte de arrogância de Ferrabráz”. Depois o Príncipe enjeita a peleja, e um dos Doze Pares de França, que se chamava Oliveira estava ferido no leito, em batalha de antes, e daí ele propôs ao Imperador que Carlos Magno que saísse em contenda contra o gigante Ferrabráz. Daí pelejaram os dois, um por um, até que Oliveira venceu no campo de batalha. E daí, três mil turcos que se achavam em emboscada atrás do monte apareceram. E o Oliveira levava Ferrabráz prá corte de Carlos Magno, mas não pode levar, porque os turcos prenderam Oliveira e o levaram para o almirante Bolão, pai de Ferrabráz.
“Ele teve preso lá, até que numa batalha mais prá diante eles prenderam mais três ou quatro cavaleiros em uma torre. Depois foram libertados e armados pela Princesa Floripe que amava um dos Pares da França, e armado tudo com arma, pela princesa Floripe, que por amor de Guide Borgonha libertou os prisioneiros que se encontravam na torre. Depois foram combatendo até certo dia, até que Ricardo da Normandia chegou com uma embaixada de Carlos Magno, que não sabia se estava preso ou não”.
“Ricardo da Normandia levou então a Carlos Magno a notícia que estava preso. Daí Carlos Magno atacou o exército do capitão Balão e venceu. Alguns fugiram, mas o que foram apanhados foram batizados. Menos Balão que não aceitou o batismo, embora tenha concordado, antes, por amor ao seu filho, que era Ferrabráz. Foi batizado e na hora de receber o batismo agrediu o arcebispo Turpim”.
Odorico, que narrou à história, se referia provavelmente à concha para administrar o batismo, que foi quebrada por Ferrabráz quando ia ser batizado. “A guerra terminou e Guide Borgonha casou-se com a princesa Floripe”.
Teodoro Manuel de Oliveira, apelidado Dórico, Ferrabraz da Congada N. S. do Rosário, extinta há mais de 50 anos, apresentou o conjunto no Estádio do DERAC em 11 de dezembro de 1960. Na inauguração da Mostra Folclórica, a exposição constava de vários trabalhos em madeira (tanto figurinista como utilitário), e em barro, trançados diversos, bonecas, abrolhos (barros para toalhas), etc.
Lembra-se que na ocasião, um dos incentivadores foi o radialista Carlos José de Oliveira e Argemiro Toledo, o prefeito José Ozi, além das professoras da “Peixoto Gomide”, a vice-prefeita Juliana Fabiano Alves, e entre as professoras a atual acadêmica Nívea Guarnieri. Obs.: a elaboração desse texto deve-se em grande parte a Sra. Valquíria, ex-funcionária da SABESP.
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