Vinde, cantai: Jesus nasceu

Vós que estais comemorando o Natal de Cristo, lembrai-vos que a personagem principal da Bíblia não é o povo judeu, mas Jesus. A primeira profecia que se refere ao Messias está em Gênesis e, assim, diz Deus-Pai: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”. O descendente da mulher é Jesus, o Messias, o Deus encarnado. A mulher, que é Maria, a bem-aventurada, como ser humano, jamais teria condições físicas e espirituais para pisar na cabeça da serpente, que é Satanás. É o descendente da mulher, que é Jesus, tem este poder, uma vez que é Deus-Homem. João, o secretário, do coração de Jesus, no seu livro de Apocalipse, escrito na ilha de Patmos, narra a derrota da antiga serpente, que é o dragão, o diabo, nestes termos: “O diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro do fogo e enxofre, onde já se encontram não só a besta, como também o falso profeta e serão atormentados de dia e de noite pelos séculos dos séculos”. (Apo. 20)
Estai apercebidos destes fatos, pois Cristo, o Deus encarnado, é o Cordeiro de Deus que substituiu todos os outros sacrifícios expiatórios, pois fez para vós um único e suficiente sacrifício na cruz do Calvário. O primeiro sacrifício foi feito por Deus-Pai, no jardim do Éden, ensinando como se devia fazer, vestindo Adão e Eva de peles do cordeiro. Tal sacrifício expiatório durou até a encarnação de Jesus. Isaías, o profeta, explica Gênesis, quando disse que Deus cobre de vestes de salvação os pecadores. (Gn.3:21 e Is.61:10) Foi por isso que Deus aceitou o sacrifício de Abel e não o sacrifício de Caim. Um texto explica o outro.
Na Eucaristia, não se oferece Jesus a Deus, pois Cristo já fez um sacrifício eterno e suficiente para salvar o pecador. O homem, quando aceita Jesus como seu único e suficiente salvador, já é salvo da pena do pecado. Na Santa Ceia, ou Eucaristia, o pecador redimido deve agradecer ao Pai, dizendo: Graças te damos pelo teu amor revelado a nós na Pessoa do teu Filho. Deve ainda dizer: Graças te damos, porque tu nos vestiste com peles de salvação, sendo o teu Filho o Cordeiro Pascal.
No Natal, vós que me ledes, deveis agradecer a encarnação de Cristo, pois através dela, o Verbo Eterno se tornou o Emanuel, que quer dizer: Deus conosco. Ao participardes da Eucaristia, anunciais a morte de Jesus, proclamando a sua ressurreição e, além disso, a sua vinda gloriosa.
No Natal, o convite deve ser este: Ó vinde fiéis, triunfantes e alegres, sim, nasceu o vosso Rei, o Messias prometido.
Os teólogos afirmam que no Velho Testamento é a história de Cristo, antes de sua encarnação e o Novo Testamento a sua história depois da encarnação. Foi por isso que Santo Agostinho afirmou que o Novo Testamento está latente no Velho Testamento e o Novo Testamento patente no Novo. A encarnação de Cristo estabelece três fases: antes da encarnação era o Verbo; depois da encarnação é o Deus Homem; depois da ascensão é o Deus Homem glorificado.
Vinde, cantai, Jesus nasceu. Feliz Natal!