Os grandes cartazes que anunciavam filmes a serem exibidos durante a semana, constituiam-se em verdadeiras obras de arte. Pintados com extremo bom gosto, muita técnica e requintado em todo visual gráfico, atraia a atenção dos transeúntes das ruas de Itapetininga. Colocados, não só em frente das casas exibidoras, os cartazes, bem visíveis, primavam pela beleza, deslumbrante até pintores famosos da época residentes na cidade, como Ayres, Gomide, Madre Columba, a iniciante Alzira Isaac, Antonio Arthur de Castro Rodrigues, já falecidos.
O autor desses verdadeiros quadros artísticos, que todo município aplaudia, expostos nas ruas, tinha por nome José da Silveira Mello, muito conhecido pelo carinhoso apelido de Xuxa. Esse nome significava para seus amigos e conhecidos como “pessoa interessada em tudo que se refere às artes” e ele de fato correspondia a essa assertiva.
Não só tinha por hábito pintar cartazes cinematográficos, como escrever poesias e colaborar no principal jornal da cidade “a Tribuna Popular”, utilizando sempre pseudônimo naqueles distantes anos. Os filmes exibidos nos cinemas locais, os extintos São José, Ideal e São Pedro, eram anunciados nos cartazes coloridos com as cenas mais destacadas da película, e sempre com os desenhos dos principais protagonistas. Destacavam-se as estrelas dos filmes como Betty Davis, Gary Cooper, Clark Gable, Tayrone Power, George Raft, Marylin Manroe, Catharine Hepburn, Rita Hayword e outros fabulosos astros. Como Xuxa, no mesmo ramo e a mesma época trabalharam Milton Gemignami, Mauro de Oliveira, Duarte, Aurélio Castro, todos procurando superar-se a si próprios no trabalho considerado arte.
Xuxa, ser humano, de humor constantemente presente em todas ocasiões, alegre, descontraído, nunca deixou de usufruir do que mais gostava: cinema, natação praticada nos rios Chá, Cachoeira e Carrito, passeio e namoro no Largo dos Amores, baile nos clubes e da sua querida Associação Atlética de Itapetininga.
Mas, além disso, gostava de se aprimorar nos estudos, diplomando-se com distinção no magistério pela centenária “Peixoto Gomide” exercendo a profissão nos municípios de Sarapui e Campinas, como professor e diretor, donde se aposentou após quarenta anos de trabalho.
Com talento artístico revelou-se no teatro amador desta cidade, ao lado de Camilo e Jair Badin, Maria e Odete de Souza, Carlos Conceição, Ayres de Souza, Anésia Jardim e Galvão Júnior, jornalista e adepto incondicional das artes cênicas.
Seu pai, João da Silveira Mello, manteve por longos anos atelier fotográfico nas ruas Campos Sales e Silva Jardim, competindo em preço e qualidade com os concorrentes: Foto Milani e Del Fiol Foto, estabelecidos nas ruas Aristides Lobo e Monsenhor Soares.
José da Silveira Mello, também um piadista de primeira linha, residindo atualmente em Campinas, ao lado da esposa, filhos e netos e que completará no próximo mês de março 96 anos de idade, pode ser considerado até hoje como “um doce de pessoa”.
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