Entre salários, medicamentos e gastos com a estrutura, o Hospital Léo Orsi Bernardes (HLOB) custa aproximadamente R$ 6,2 milhões por mês. Os valores foram informados pela Prefeitura Municipal e pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Sorocaba, terceirizada responsável pela administração do Pronto Atendimento e do hospital que atende pacientes de Itapetininga e mais 12 municípios da região. Deste montante, R$ 1,6 milhão são gastos apenas com a pandemia Covid-19.
Segundo a assessoria da prefeitura R$ 3,5 milhões são oriundos dos recursos da própria prefeitura. Do governo estadual o repasse é de aproximadamente R$ 1,4 milhão. Já a parcela destinada pelo governo federal por meio do Ministério da Saúde é de pouco mais de R$ 1,2 milhão.
Questionada sobre o montante gasto, a prefeitura informa que se aumentasse a verba do Estado e da União, o valor economizado pelo município poderia ser destinado a saúde básica. “Desde que venham mais recursos independente da forma contratual a ser utilizada é uma ação valida”, defende a prefeitura.
Sobre os desafios que contemplam o aumento de recursos federais, a prefeitura informa que solicitou ao Ministério da Saúde que o HLOB fosse certificado como Hospital de Ensino em virtude da implantação do Campus de Medicina da USCS. “Este credenciamento de Qualificação a Gestão Hospitalar (IGH) permite a elevação de 50% do valor da série histórica da produção de serviços gastos no hospital”, diz a nota enviada à redação o Jornal Correio.
Mantendo-se a média de custo mensal deste primeiro semestre, o valor gasto – apenas no HLOB até dezembro de 2021 – deverá ultrapassar R$ 73,2 milhões. Deste total, R$ 42 milhões, ou seja, mais da metade tem como origem a arrecadação municipal. O orçamento total da Prefeitura de Itapetininga para este ano é de R$ 524 milhões e o gasto apenas com o hospital e pronto-socorro é de aproximadamente 14%.
Desafios à gestão além dos recursos
Na última semana o diretor-presidente da Irmandade Santa Casa, Pe. Flávio Jorge Miguel Júnior e a equipe gestora do HLOB estiveram em reunião na Câmara Municipal de Itapetininga para discutir a ampliação no atendimento e a realização dos serviços hospitalares de baixa e média complexidade.
Entre os problemas ele destaca as chamadas vagas “CROSS”, abreviação de Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde. “Por exemplo, atendimentos oncológicos ou UTI´s neonatal não temos aqui. Precisamos encaminhar os pacientes para outros hospitais o que não é tão rápido”.
Há também problema relacionados às cirurgias eletivas. “Cálculo renal nem hospitais de Sorocaba está fazendo”, alertou o gestor. Questionado de como sanar os problemas ligados a cirurgias eletivas, um dos caminhos apontados por Pe. Flávio é através da política. “Este tipo de trabalho não é apenas recursos, mas por habilitação no Ministério de Saúde que hoje não temos e isso demanda força política regional”, completa.
A falta de médicos é outro conflito a ser enfrentado. Pe. Flávio explicou que há dificuldades para contratar plantonistas em algumas especialidades devido ao valor cobrado pelos profissionais, principalmente neste período de pandemia. “Não somos ainda o hospital que deveríamos ser, mas estamos a trabalhar para promover a saúde conciliando técnica e humanização”, avalia o diretor-presidente da Irmandade Santa Casa.
Mais de 20 mil pessoas vivem na linha da pobreza
Em Itapetininga, 20.814 pessoas vivem na linha da pobreza, ou seja, aquelas cuja renda per capita mensal familiar não ultrapassa o valor de R$ 706, metade de um salário mínimo,...