A pandemia do novo coronavírus já matou 160 pessoas e infectou mais de 5,4 mil itapetininganos. Apesar da campanha de vacinação contra a Covid ter sido iniciada, os números da doença não param de subir. Até esta quarta-feira, dia 10, pouco mais de 5 mil pessoas haviam sido imunizadas, o que representa pouco mais de 3% da população da cidade. Com a atual situação, o carnaval, umas das festas mais tradicionais do calendário brasileiro, foi cancelado, a Prefeitura de Itapetininga informou que não haverá ponto facultativo no Carnaval.
Há quase 70 anos marcando a história do carnaval itapetiningano, a tradicional escola Aristocratas do Samba, está a quase um ano sem atividades. O presidente da escola, José Elias da Silva, lamenta não ter desfile este ano, mas diz que o momento é de pensar na saúde dos foliões e dos componentes da escola.
“São quase 400 componentes e durante o ano, também costumamos fazer eventos. Estamos há um ano parados, depois do carnaval do ano passado parou tudo. É ruim, mas temos que entender, a situação é muito complicada. Enquanto não voltam os eventos e os desfiles, vamos nos preparando para um projeto muito especial, a construção da nossa quadra”, comenta o presidente.
“Triste, mas necessário”, disse o carnavalesco Mário Silva da agremiação Imperador do Samba, escola com quase 27 anos de história em Itapetininga. Esta é a primeira vez que a escola não entra na avenida no carnaval. “Temos que pensar na saúde das pessoas, não podemos desfilar correndo risco. É melhor assim”, completou.
Mesmo em meio a pandemia, e respeitando as regras sanitárias, a escola conseguiu adiantar os trabalhos e já está com o enredo pronto. O tema é ‘Um vírus que deixou o Brasil mais igualitário”. “Vamos esperar o segundo semestre, todo mundo se vacinar, e se houver uma liberação e um apoio das autoridades, com todo cuidado necessário podemos até pensar em um carnaval fora de época”.
“A causa maior é o bem estar e saúde da população”, comentou o presidente do Bloco do Motumbo, Bebeto Neri. O bloco estaria no 12º carnaval, comemorando onze de existência. “A gente fica chateado porque em 2013 não teve carnaval de rua, o prefeito na época alegou que a verba seria repassada para saúde. Mas, mesmo assim conseguimos com a iniciativa privada manter o desfile. Contornamos a situação porque era uma situação financeira. Agora, se tratando de uma pandemia, não tem o que fazer”, relembrou.
O Motumbo é um bloco particular, faz parceria com a prefeitura para o carnaval de rua, os abadás e alegorias são distribuídos gratuitamente para os desfiles e paralelo a isso faze os bailes em clubes. “A gente tem uma bateria com aproximadamente 50 músicos, que normalmente se encontra durante o ano, mas desde o carnaval passado não se encontra mais. Todos os eventos de casamento, empresas, churrascos, foram cancelados”.
Segundo o Bebeto, agora é hora de aguardar a vacinação, para que as pessoas possam se encontrar novamente em segurança. “Quem sabe, com parceria com clubes, prefeitura, no meio do ano ou mesmo no ano que vem a gente possa organizar tudo”.