Foi comemorado recentemente o dia nacional do treinador de futebol, o jornal conversou com uma treinadora de outra modalidade que vem crescendo muito no país e, também, tem revelado jovens promessas itapetininganas no cenário nacional, o badminton. No próximo mês, a equipe formada Isabela Galvão, Juliana Akemi Murosaki Barbosa e Pedrinho Augusto irão representar a cidade em mais um campeonato nacional, na cidade de Caxias do Sul (RS), com o comando técnico de Leiko Konno, liderança essencial no crescimento da modalidade em Itapetininga.
A paixão pela modalidade começou quando o marido Shogo Konno ganhou no Japão, um conjunto de raquete. Naquela época o esporte era totalmente desconhecido em Itapetininga. “Nós pesquisamos sobre o esporte e começamos a brincar em espaços públicos, praças, clube… onde as pessoas ficavam curiosas por não ter conhecimento”, relembra. Porém, a vontade de tornar-se treinadora foi despertada ao acompanhar os treinos da filha caçula, Letícia Mari Konno.
“Sou formada em Ciências Contábeis. Trabalhei por mais de 13 anos no Unibanco e no setor administrativo de uma empresa terceirizada do Banco Brasil. Resolvi fazer Educação Física, na FKB, há vinte anos atrás, por causa de meu tempo ocioso. Pensava, que nunca iria exercer a profissão. Mas a dedicação e o interesse de minha filha pela modalidade mudaram os meus planos”, revela.
Na época, Letícia começou a participar de vários torneios no Estado e Leiko a acompanhava. “Fui criando cada vez mais interesse e resolvi me capacitar. Em Campinas fiz um curso de especialização e quis passar um pouco do conhecimento sobre o esporte as crianças e adolescentes. Meu objetivo era que eles se interessassem por ser um esporte diferente e pudesse tirá-los da ociosidade”, conta. Determinada, procurou a coordenação da Casa do Adolescente e apresentou o projeto. “O projeto foi implantado e proporcionou a vários jovens a possibilidade de treinarem. Tivemos muitas conquistas, como Douglas Vieira Oliveira, que hoje é federado e tornou-se árbitro profissional de badminton”, conclui.
Durante a realização do projeto pela Casa do Adolescente, Leiko procurou a direção do Clube dos Bancários e conseguiu o empréstimo do espaço. “Com o apoio da prefeitura, uma Kombi levava os alunos até a escola. Alguns percorriam até 10 km de bicicleta para participarem dos treinos. É muito gratificante”, diz com orgulho.
Com o término das atividades na Casa do Adolescente, as aulas comandadas por Leiko continuaram por um determinado no clube. Posteriormente, os treinamentos foram iniciados no ginásio da EMEF Maria Aparecida Brisola Franci, no bairro da Chapadinha.
“Com o apoio da prefeitura, muitas crianças a partir dos 7 anos treinavam e viajavam para praticar a modalidade. Percebemos com o passar do tempo, o quanto estas crianças e adolescentes se desenvolveram na parte física e mental”, esclarece Leiko. A treinadora cita um estudo realizado pela UNICAMP, com crianças de 11 a 13 anos, sobre os benefícios do badminton na educação. “Para as crianças, especificamente, o Badminton melhora a concentração, a rapidez de raciocínio e ajuda aquelas com hiperatividade a ter mais calma e atenção”, concluiu o pesquisador Ricardo Gonçalves, em 2012.
Estando a mais de 10 anos à frente deste projeto social, de forma voluntária, Leiko entende que os principais ingredientes para o sucesso da modalidade na cidade é o empenho, estar sempre se atualizando sobre a prática esportiva e a paciência. “Converso bastante com os atletas. Nunca chamei a atenção de nenhum deles durante as competições, procuro sempre tranquilizá-los. Não cobro resultados. Para mim, o importante é que eles em quadra se doem ao máximo”, diz. Porém, revela que ainda fica com o “coração apertado ao comandar a filha nas competições. Com o passar dos anos fui ficando mais tranquila, mas é difícil. O que facilita, muito, é que a Letícia é muito focada e disciplinada”, elogia a filha. Leticia Konno já ocupou a 6º posição no ranking nacional, esteve entre outros torneios no Campeonato Pan-Americano Júnior em Tijuna, no México. Atualmente está lesionada, mas vem auxiliando sua mãe nas aulas de badminton.
Empolgada com o crescimento da modalidade, Leiko é fã do atleta carioca Ygor Coelho de Oliveira, que representou o país na última Olimpíada, no Japão. “Temos grandes atletas, como Ygor Coelho, que saiu de um projeto social de uma favela do Rio de Janeiro e representou o Brasil nas Olímpiadas”. Ygor começou a jogar badminton com três anos de idade através do projeto social na Chacrinha (zona oeste), criado por seu pai, Sebastião Oliveira. O atleta tornou-se ídolo em sua comunidade e referência da modalidade no país. Com vários títulos nacionais e internacionais, participou da sua primeira Olimpíada em 2016, no Rio de Janeiro. Fez intercâmbio na França e em 2018. Atualmente ocupa a posição 49º do ranking mundial e disputa a liga dinamarquesa, considerada uma das mais fortes do mundo.
Leiko sonha com a possibilidade da criação de um centro de preparação de badminton para que mais jovens possam se envolver com o esporte. “Temos muitos talentos, como a Juliana. Muito determinada, ela se movimenta muito bem, tem um ótimo ‘smash´ na rede e vem aperfeiçoando sua defesa”, analisa. Uma boa notícia para toda dedicação de Leiko em frente ao projeto, é a chegada de uma treinadora japonesa para auxiliar na formação de novos talentos de nossa cidade, através da organização Japan International Cooperation Agency – JICA.
Este projeto de cooperação técnica que irá trazer uma perita japonesa, durante um determinado período, procura desenvolver a modalidade na cidade. “O Consulado japonês esteve aqui no ano passado para conhecer o projeto e gostou muito do que viu. A expectativa é que a treinadora chegue na cidade entre os meses de abril e maio, ainda é difícil precisar por causa da pandemia. Ela ficará aqui durante dois anos. Será um grande salto técnico e ajudará a modalidade crescer ainda mais na cidade”, analisa.
Atualmente, o projeto está sendo desenvolvido no ginásio Mário Carlos Martins, na região central, com o apoio da Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude de Itapetininga. Devido aos cuidados sanitários em decorrência da pandemia, somente estão sendo utilizadas duas quadras para as aulas atendendo em torno de 20 iniciantes e alguns federados. “Hoje temos uma imensa lista de espera. Espero que assim que tudo voltar ao normal, possamos atender até 50 interessados”, diz
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