Uma manicure negra registrou queixa após ser chamada de macaca por uma taxista essa semana em Itapetininga. Ao Jornal Correio, Hilda Maria de 36 anos, contou que na segunda-feira, dia 21, pegou o táxi na Avenida Peixoto Gomide com destino a Vila Carolina onde mora, outros passageiros estavam no mesmo táxi, mas desceram antes dela. “Quando o carro parou perto da minha casa, ela falou ‘chegou no seu ponto, macaca, desce’. E disse ainda que ‘só pegava preto porque precisava de dinheiro’”, relembrou.
A vítima também contou que não pensou em discutir, desceu do táxi e pegou outro e foi direto para a delegacia. “É a primeira vez que senti esse constrangimento. Fiquei noite sem dormir, fiquei com medo de passar por aquilo novamente. Mas não quis rebater com violência, eu fui denunciar com a consciência tranquila de que eu fui a vítima”.
De acordo com a delegada responsável pelo caso, Valéria Murat, o caso é investigado com injúria racial porque a vítima foi ofendida com palavras de cunho racial. “O setor de investigação iniciou as investigações para identificar a autora das ofensas, o inquérito policial vai ser instaurado assim que a autora seja identificada”.
Em seguida, segundo a delegada a vítima deve ser ouvida novamente, a autora também deve prestar depoimento. “Então relato e encaminho para o Fórum. Nesse final de ano e estamos com menos funcionários na delegacia por causa das férias, mas acredito que até semana que vem seja tudo concluído”.
A injúria racial consiste em ofender a honra de alguém valendo-se de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem.
O crime está previsto no artigo 140, parágrafo 3º, do Código Penal, que estabelece a pena de reclusão de um a três anos e multa, além da pena correspondente à violência, para quem cometê-la.