Carla Monteiro
A participação do Vôlei Itapetininga na temporada 2021/2021 da Superliga Masculina de Vôlei foi realmente marcante. Apesar da derrota na semifinal, a equipe chamou atenção nesta edição. O jornalista e colunista do Jornal O Tempo (de Belo Horizonte -MG), Bruno Voloch, um dos maiores especialistas e comentaristas do vôlei brasileiro, conversou com a reportagem do Correio sobre a atuação da equipe itapetiningana.
“Campanha surpreendente dentro das limitações técnicas e orçamentárias. Escreveu seu nome na história da competição, mas foi além do que a maioria imaginava, inclusive os próprios dirigentes”.
Sobre a histórica vitória sobre a equipe do Cruzeiro, Voloch, opina que a partida foi definida dentro de quadra. O Cruzeiro era o favorito, primeiro na tabela, hexacampeão da superliga já o Itapetininga havia se classificado para os playoffs em oitavo.
“Os 3 a 0 do primeiro jogo mexeram com o emocional dos dois times. Mas o grande mérito de Itapetininga foi na segunda partida quando saiu do buraco de 2 a 0 contra. Não acreditava. Não acho, honestamente, que a história possa se repetir tão cedo. Fica uma lição para os grandes”.
Sobre a semifinal, Voloch não acredita que a equipe itapetiningana tenha errado, foi derrotada por um time superior tecnicamente, um resultado normal na visão dele. Mas, também opina que um investimento maior pode ajudar o clube. “Orçamento maior e tentar manter a base é fundamental”.
Um dos apontamentos do jornalista é sobre o elenco do time de Itapetininga, que na visão dele não tem peças de reposição e é enxuto. “Como a maioria dos times sem orçamento. Natural perder aqueles que se destacaram. Infelizmente Itapetininga não pode brigar financeiramente com os grandes”.
Voloch também falou sobre o ponteiro Adriano, que nesta semana foi convidado para treinar com a Seleção Brasileira. “Tem talento, mas é cedo. Parte da mídia, de maneira covarde, tem o costume de valorizar demais determinados atletas. Ele é bom de bola, pode crescer, mas não tenho o costume de criar expectativas demais. Vamos ver como o Adriano irá se sair em Campinas quando será mais exigido. Se tiver cabeça boa, pode ir longe”, conclui.