Orestes Carossi Filho – Somente 30% dos moradores de Itapetininga fazem a separação de material reciclável. A estimativa é da empresária Roberta Monteiro que vende, mensalmente, cerca de 150 toneladas de lixo reciclável. Ela conta que a maior parte das residências mistura material reciclável, como vidro, plástico, papelão e metais, com o lixo doméstico.
Apesar da presença da Cooperita e de seis empresas particulares, ainda é grande o percentual de produtos recicláveis que acabam no Lixão e que poderiam retornar para a indústria e ser aproveitados. Isso evitaria desperdício e pouparia o uso de recursos naturais. “As pessoas não têm consciência que isso é importante para preservar o meio ambiente.”
Ela conta que cerca de 50 pessoas recolhem produtos e entregam na empresa. Conforme o meio de recolher, segundo Roberta, determina o faturamento da pessoa que faz a coleta na rua. Para quem anda a pé, a empresária estima um ganho de R$ 10 por dia. Para quem tem um carrinho, a situação melhora e sobe para R$ 30. Já quem possui um caminhão de pequeno porte, o faturamento diário sobe para R$ 100.
Seu marido, Marcelo Leandro Alves, ele disse que compra material de São Miguel Arcanjo, Capão Bonito e Pilar do Sul. Há oito anos no mercado, disse que ainda há restrição do morador de Itapetininga que se recusa a deixar os produtos separados para entregar para os coletores de lixo reciclável. Sua esposa contou que a maioria dos coletores é crianças.
Caminhada
Nilza Maria de Menezes, 33 anos, é aposentada por problema de saúde, mas recolhe material para sustentar seus dois filhos. Com um salário mínimo, da aposentadoria, e R$ 112, do Bolsa Família, reforça a renda recolhendo material pela rua. Na quarta-feira, recebeu R$ 2,50, após entregar 0,5 quilo de papelão, um saco de garrafa pet e latinha. O dinheiro é insuficiente para comprar o almoço, por isso, junto com os dois filhos, Luiz Henrique, de 2 anos, e Ana Carolina, de 5, percorrem as ruas da cidade.
“Elas não querem ficar em casa.” Nilza disse que o Conselho Tutelar prometeu uma vaga na creche, mas até o momento não obteve resposta. Ela disse que nasceu em São Paulo e mudou para ficar perto do irmão, que é ex-detento. Disse que sofreu muito e que já perdeu três bebês. “A gente vai vivendo.” Ela comenta que “sei lá o que vai acontecer” já que o marido, de 66 anos, está doente. “Vou ver se cato alguma coisa. Tem uma mulher que separa o material. Algumas acham que a gente pede esmola. Não entendem.”
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