Everton Dias – Natural de Itapetininga, a primeira aviadora do país enfim receberá uma homenagem na cidade. Na próxima semana, o Museu da Imagem e do Som de Itapetininga (MIS-I) e o Aeroclube de Tatuí inauguram, no Largo dos Amores, uma estátua de Anésia Pinheiro Machado. “Ela é reconhecida e tem prestigio no mundo inteiro e aqui, na cidade onde nasceu, estudou e trabalhou, não há uma ruela com o seu nome”, declara o presidente do museu, Roberto Soares Hungria. “O museu entrou nesta luta para fazer uma estátua em homenagem à aviadora. Uma luta difícil, porque tudo teve um custo”, explica.
De acordo com o presidente, ela é considerada a pioneira da aviação brasileira e a primeira brasileira a transportar passageiros, a realizar um vôo transcontinental, a ligação Rio-São Paulo e a fazer vôos acrobáticos. Segundo ele, foi considerado notável para a época, em conseqüência das precárias condições, pois o avião apresentava pouca segurança e o tempo ficou ruim em todo o percurso.
O evento será realizado no sábado, dia 16 de julho, às 11h, no Largos dos Amores, em frente ao Centro Cultural. A estátua foi feita pelo escultor e piloto Cláudio Camargo, que, segundo Hungria, é apaixonado pela história da aviadora. “Diferente de Itapetininga, muitas cidades reconhecem o trabalho da Anésia para a aviação brasileira”, diz o presidente. “No Museu de Santos Dumont, que fica na cidade de Dumont, em Minas Gerais, há uma sala só para a Anésia”, conclui.
QUEM FOI ANÉSIA PINHEIRO MACHADO?
Imagine que no ano de 1922, época em que as mulheres mal podiam sair de casa, uma jovem de família tradicional queria pilotar aviões. Anésia Pinheiro Machado, nascida em Itapetininga no ano de 1904, tanto fez que conseguiu, aos 17 anos de idade, o brevê, de número 77, para conduzir aeronaves. Foi a primeira aviadora brasileira a transportar passageiros e realizar vôos acrobáticos.
Ela também foi a primeira mulher no Brasil a realizar um vôo transcontinental, percorrendo mais de 17 mil quilômetros sobre o continente americano. Anésia tinha idéias avançadas para o seu tempo. Ela queria que as mulheres desfrutassem dos mesmos direitos que os homens, coisa que não acontecia naquela época. Para lutar por suas idéias, Anésia integrou o movimento feminista que estava se formando no Brasil. O vôo que ela fez entre São Paulo e Rio — o primeiro interestadual realizado por uma mulher — entrou para a história.
Anésia faleceu no Rio de Janeiro, em 1999. Seu corpo foi cremado e suas cinzas depositadas no Museu de Santos Dumont, em Minas Gerais.
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