Everton Dias-Desde os oito anos de idade, Luiz Henrique Pereira da Silva, 20 anos, conhece como poucos os caminhos da luta por um pedaço de chão. Vinda de uma família de pequenos agricultores no Paraná, ele foi criado em meio a barracas, nos acampamentos do MST. Debaixo de uma lona, encarou durante anos o calor do verão e as chuvas do inverno. Aos 20 anos, para começar a construir a própria história, ele prestou vestibular e foi o primeiro jovem do movimento a entrar numa faculdade.
Ele iniciou neste ano o curso de Ciência da Computação e tira do próprio bolso o dinheiro para pagar os estudos e o transporte a Sorocaba, onde fica a universidade. “É muito puxado, mas vou conseguir”, diz o estudante. Nos tempos livres, ele abre o livro dentro do barraco. “É escuro aqui dentro. Um pouco difícil de estudar, mas aos poucos a gente consegue. Nada é fácil, temos que batalhar”, afirma.
A sua mãe, Maria Lucia Pereira da Silva está orgulhosa. “Estou muito feliz. O sonho dele era fazer uma faculdade. Mas temos que fazer de tudo para um futuro melhor”, diz a mãe. Ela também conta que a outra filha de 16 anos está no mesmo caminho. “Ela não falta da escola e também pretende cursar a faculdade.”, afirma.
O coordenador do MST na região, Joaquim Modesto da Silva, é formado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Mais de 20 mil pessoas vivem na linha da pobreza
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