Há cerca de 10 anos, o agricultor João Luiz Brandão Martins Júnior abandonou sua carreira como professor de educação física para se dedicar exclusivamente ao cultivo da banana misore. Em sua propriedade rural em Itapetininga, no bairro Mato Seco, 10 hectares de área plantada e irrigada garantem a colheita o ano todo. No período de safra forte, nos meses de mais calor, o produtor colhe cerca de 300 cachos por semana.
O agricultor diz que para produção de banana, sua área é mediana. Mas, para a produção da variedade misore, é uma área “considerável”. Há dois anos ele tinha uma área plantada de pouco mais de seis hectares, hoje conta com 10 hectares e seu objetivo é expandir para 13 hectares em curto prazo.
A variedade misore é conhecida por ter o dobro de fibras que outras variedades e ter quase a metade de açúcares, também é conhecida como banana light. Em Itapetininga ela chega a ser comercializada entre R$ 1,60 a R$ 1,80 o quilo, mas na capital o valor fica entre R$ 3,50 e R$ 5,00. Martins, que chegou a vender mais 100 mil mudas da variedade, diz que hoje não vende mais mudas e se dedica apenas a produção. Ele diz que o negócio é tão bom e que “vender mudas custaria em mais concorrentes”.
Ele conta que tudo começou com o seu pai, há mais de 20 anos, e que a plantação de banana era uma experiência. “Meu pai era amigo do diretor do Instituto Biológico de São Paulo que trabalhava com mudas de bananas-maçã livres do Mal do Panamá (doença que atinge os bananais). Ele precisava plantar numa área onde nunca tivessem sido plantadas bananeiras e foi aí que meu pai cedeu uma área para o experimento”, conta.
A experiência na verdade não deu certo, e a área, que hoje se tornou uma propriedade rural produtiva, até então era usada como área de lazer da família. Durante anos os pés de bananas plantados na propriedade não foram explorados comercialmente. “Meu pai até tentou, mas não deu certo. O caseiro é quem vendia um pouco de banana na feira para pagar uma conta ou outra do sítio, mas não dava nada”.
Com o tempo, Martins trocou os pés de banana-maçã pela variedade misore, que é originária da Índia, e se tornou um dos pioneiros na plantação da variedade no país. Mas levou um bom tempo para conseguir sobreviver comercialmente da produção. “Há uns 10 anos comecei trabalhar pra valer. Fiquei um tempo conciliando com as aulas de educação física e quando vi que o negócio era bom fiquei só com a plantação”, conta.
Antes de se arriscar no mercado, ele chegou a fazer testes de degustação para saber se a variedade misore seria bem aceita. “Fiz o teste dela com a banana-nanica, prata e maçã, que são as mais conhecidas. Percebi que entre as pessoas que experimentaram, apenas a maçã ficava na frente”.
Foi então que ele decidiu expandir seu negócio e explorar o mercado na capital paulista e foi aí que ele começou a melhorar. Mas, como a variedade é muito parecida com a banana-maçã, Martins precisou mudar sua forma de exposição para conquistar mercado. “Falaram que eu tinha que bolar alguma embalagem e tentei colocar na bandeja com o plástico filme, mas não deu certo. Na embalagem toda fechada,a fruta transpirava. Foi então que fui conversar numa empresa de embalagens para achar uma solução”, comenta.
E a solução veio. A mesma embalagem plástica usada para ensacar pães é também utilizada para ensacar os cachos de banana. Como ela é microperfurada, a fruta não transpira e dura mais tempo. Martins investiu em embalagem, e também numa marca. Hoje, as embalagem já vem impressas com o nome da empresa e seguem para os clientes da capital, que há dois anos eram 3 redes de hortifrutigranjeiros e 13 lojas. Hoje a rede aumentou para 5 e o número de lojas subiu para 23.
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