Benedito Madaleno Mendes – Vez em quando, os jornais noticiam que o Chupa-cabra dá o ar de sua graça nalgum canto do país. Em todas as manchetes, o valente é descrito como um feioso chupador de sangue! Até aí, nada de novo: a presença do monstrengo já não é novidade pra ninguém. Ao que parece, a última manifestação pública do esquisito, deu-se lá pras bandas de Barra Bonita, uma linda cidade, que aproveita o ensejo pra desfilar na passarela da TV.
Voçoroca do Sul, esta pujante freguesia, que já foi chamada de “Atenas”, ainda não apareceu na mídia como hospedeira do chupança. Mas se engana quem pensa que não temos um… No quesito Chupa cabra, a cidade está muito bem servida e não conta pra ninguém. É segredo de Estado! E o sugador de plasma da espécie caprino, que exerce jurisdição sobre a comarca, é muito mais horripilante do que esses aparecidos que se deixam fotografar, sem nenhum decoro. Lembra olhar de sogra, quando lança praga! Porém, é sujeito recatado: não fica por aí “soltando a franga”!
Como sei de tudo isso? O nobre leitor não vai acreditar, mas este destemido escriba deparou, noite dessas, com o fulano. Fiquei com medo? Ché! Medo é coisa que passa longe deste calçudo escrevinhador, desde que pulei do berço! Vamos à descrição do baita… De altura, o enfadado tem, salvo engano, dois metros e dez. Porém seus chifres, galhados como os de um alce alcançam os fios teleféricos. Coitado: além de feiento, é chifrudo! Usa calça caída, e exibe a todo tempo, seu rego cavernoso! Completa a indumentária uma regata colorida, que mostra um sovaco hirsuto. Tem orelhas de abano, o estropício; enormes orelhões que balançam ao vento. Olhos arregalados e vermelhos. O focinho lembra o de um jacaré de papo amarelo. Dentuço e linguarudo, como ele só! Usa um chinelão que não esconde suas unhas. Tem braços peludos, cheios de carrapichos, talvez por passar tantas horas no mato correndo atrás de cabritinhas.
Onde o vi? Na Rua Monsenhor Soares, bem na porta da Câmara Municipal. Era de madrugada, portanto, não há testemunha do evento, mas que ele estava ali, ah, se estava! Além do mais é catingudo! Credo-em-cruz: cheira a enxofre! Assim que o avistei, aprontei-me para a briga, mas nem careceu: o medonho não é de encrenca como dizem por aí; só leva vantagem pela feiúra, mas não bota medo em ninguém e até é meio mocorongo! Calmamente veio em minha direção, com um jeito desarmado de quem busca amizade. Estacou à minha frente, estendeu a mão e… “boa-noite”! Respondi no mesmo tom e de cara, perguntei: “o que o distinto faz aqui, bem na entrada da Câmara?”. E Chupa-cabra, de imediato respondeu:
_Vim conhecer a casa, sou candidato a vereador!
Mais de 20 mil pessoas vivem na linha da pobreza
Em Itapetininga, 20.814 pessoas vivem na linha da pobreza, ou seja, aquelas cuja renda per capita mensal familiar não ultrapassa o valor de R$ 706, metade de um salário mínimo,...