Figura popular, pertencendo e amigo incondicional do povo, inteiramente democrático e que tem imenso amor ao próximo, com quem convive diariamente. Arinei Scott, no umbral de seus sessenta anos, a completar proximamente, pode ser considerado, sem qualquer medo de errar, como “verdadeiro tipo popular”, tal sua simpatia, bondade e incapacidade de se indispor com quem quer que seja, como o define Zécaborba Soares Hungria, comerciante local.
Pode-se até afirmar convictamente que Arinei é um gentil cavalheiro e sua humildade chega a um quase grau de perfeição, condições que muitos o levam a chamar de “Excelência”, título que lhe cabe muito bem.
Perambula diariamente pelas ruas da cidade, com qualquer tempo, percorrendo, inclusive, até vilas distantes, comerciando objetos ou vendendo fichas telefônicas, que lhe dão condições de viver com dignidade e honradez. A propensão pelo gosto do comércio, iniciou quando, com pequena idade, admirava seu pai Aristeu Scott convencendo fregueses de todos os segmentos sociais a adquirir calçados no estabelecimento sortido que mantinha na rua Campos Sales, bem em frente a livraria Camilo Lellis.
Estudante, concluiu o curso de Magistério, mas por razões outras, não seguiu a carreira que sempre acalentou seus sonhos: ensinar as primeiras letras em uma escola, preferencialmente na zona rural.
O respeito e a educação para com o próximo, talvez seja resultado dos trabalhos variados que exerceu desde quando pequeno, até atingir a casa dos sessenta. Carregando malas daqueles que desembarcavam dos trens com escala na estação da antiga Estrada de Ferro Sorocabana, quando criança, Arinei também ajudava pessoas que compravam na feira-livre da “Peixoto Gomide”, levando sacolas e cestas para seus domicílios.
Em suas atividades – e foram tantas – incursionou em trabalhos como consertador de bicicletas e lambretas na “oficina de seu Jair”, foi vendedor da extinta loja “A Elegante”, e rejubilou-se em oferecer produtos eletrodomésticos da Casa Ponto-Certo, também na Campos Salles. Aprendeu muito quando garçom do conhecido Bar do Bacalhau, além de dedicar-se ao ofício de lavador de carros não esquecendo de trabalhar como auxiliar de lavanderia. Teve a satisfação em residir em Campinas, Sorocaba e São Paulo, dedicando-se à vendas de livros, papelaria e “carnês” do Baú, de Silvio Santos.
Sempre recebido com sorriso nos lábios, tanto no “senadinho do Venâncio”, na sala do Recreativo e todos os estabelecimentos comerciais, tem como lema chamar carinhosamente de “Excelência” àqueles que o cumprimentam, prognosticando também um “vibrante vicejar”.
Sente-se honrado em ser reconhecido e tratado com respeito pela maioria da comunidade itapetiningana e se considera feliz em ter como doutrina os sagrados preceitos cristão do catolicismo. Para completar esta ardorosa fé, não deixa jamais de assistir diariamente nenhuma missa nos tempos católicos: Catedral, N.S. Aparecida, Rosário, Estrelas e, por vezes, a realizada na Paróquia de São Roque, na Vila Rio Branco.
Arinei Scott, um dos irmãos de Adalgisa Scott, que quando jovem encantou a sociedade desta cidade, é uma dessas pessoas a quem qualquer um pode abrir o coração e os braços, de par a par, num gesto amigo e dizer: sede bem vindo, Excelência.
Mais de 20 mil pessoas vivem na linha da pobreza
Em Itapetininga, 20.814 pessoas vivem na linha da pobreza, ou seja, aquelas cuja renda per capita mensal familiar não ultrapassa o valor de R$ 706, metade de um salário mínimo,...