Escrito pela jornalista carioca Hérica Marmo, o livro A Canção do Mago – A Trajetória Musical de Paulo Coelho (Edit. Futuro, 244 págs.), narra detalhes inéditos do período em que o mago e o Maluco Beleza eram inimigos íntimos, como ambos definiam a parceria. O lançamento está provocando abalos entre fãs mais exaltados do baiano.
Há anos Paulo Coelho vem dizendo que parte de seu sucesso como escritor se deve ao fato de que aprendeu a escrever de maneira simples e direta fazendo música com Raul Seixas. Mas pouca coisa além disso foi dita por ele. O motivo da resistência do fenômeno da literatura em tocar no assunto seria a participação de ambos em entidades esotéricas nada ortodoxas. Algum tempo atrás, o escritor contou que havia escrito um livro sobre esse período, mas que se desfez dos originais após sua mulher receber um sinal de que a história evocava coisas ruins. E se há algo que Paulo Coelho realmente dá importância são a esses tipos de sinais, como mostra o capítulo do livro em que a autora aborda a superstição do mago e como os amigos se divertiam com isso, repetindo palavras proibidas perto dele.
Bastava ouvir uma palavra perigosa para o ritual começar. Paulo botava a mão no rosto, fazia careta e pedia, virando a mão em sentido anti-horário: – Desfaz, desfaz… Em seguida batia várias vezes no pedaço de madeira mais próximo, isolando o mau agouro. Roberto Carlos perde.
A resistência do mago em falar sobre o assunto que desperta mais curiosidade de fãs foi quebrada pela autora do livro, que dissecou os dez anos em que o escritor trabalhou nos bastidores da indústria da música e traz revelações surpreendentes. Como o dia em que Roberto Menescal, então executivo da gravadora Phonogram (atual Universal), cansado do cada vez maior descontrole de Raul Seixas, vislumbrou a possibilidade de transformar o parceiro descoberto pelo artista baiano em cantor.
Você toparia se lançar como cantor? Você cantando as suas músicas? Paulo, que não era de fugir de nenhuma novidade, topou na hora. Menescal pegou o violão e começaram a experimentar. Mas logo reconheceram que não daria certo. Fora a voz de pouco alcance, Paulo não tinha o carisma de Raul. Mas não é nenhum dos vários fatos narrados – as armações como a do falso encontro com John Lennon para se promover na imprensa, a prisão do letrista pelo Dops, o envolvimento com drogas estimulado por Paulo, a revelação de que algumas letras foram escritas apenas por Paulo Coelho e a aparente inversão de personalidades de ambos – que está causando mal-estar entre os fãs de Raul.
É do prefácio escrito por Menescal, que saiu a frase mais polêmica do livro até agora. Aos poucos fui entendendo o jogo e vi que o maluco beleza era Paulo. E Raul, cada dia mais ´maluco´ que ´beleza´, escreveu o autor do clássico da bossa nova O Barquinho sobre o amigo.
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