-‘Há secretários que misturam a atividade pública com a privada. A meu ver isso é um crime”, afirmou o vice-prefeito em entrevista
Orestes Carossi Filho
O vice-prefeito Geraldo Macedo (PSB) foi exonerado dos cargos de secretário de Governo e da interinidade da pasta da Saúde na segunda-feira, dia 15. O vice-prefeito não terá nenhuma sala no Paço Municipal. O desentendimento com Ramalho foi agravado após entrevista concedida por Macedo para a TVI em que apontou irregularidades apuradas pelo Tribunal de Contas (TCE) na prestação do SAS, órgão que gerencia o Hospital Regional. Ele também insinuou que secretários mantêm conversas em escritórios particulares sobre negócios públicos.
“Há secretários que misturam a atividade pública com a privada. É esquisito. Tem gente lá dentro fazendo isso. É uma crítica. A meu ver como cidadão isso é um crime”, afirmou em entrevista, na sexta-feira, dia 12. Procurado pela reportagem, Macedo preferiu não citar nomes. Reforçou que “tem gente que faz do gabinete, escritório. E faz do escritório, gabinete”. Macedo não informou, no entanto, que negócios seriam esses.
Macedo afirmou que Ramalho e sua equipe estavam articulando a candidatura de um secretário, mas que foi minada em função dos últimos acontecimentos. O candidato seria o secretário de Trabalho e Desenvolvimento, Gerado Minoru, que sofreu um revés, após a Polícia Federal deter o pai do secretário, que é auditor da Receita Federal, na operação Paraíso Fiscal. Apontou que o núcleo decisório é formado por três secretários. “É um triunvirato”, ironizou. “Não sei que lado Ramalho vai continuar. Ele usa as pessoas. Nunca sabe de nada.
“Exonere-me”
O secretário de Gabinete, José Alves, tentou agendar uma reunião no sábado com Macedo no Paço Municipal. “Eles queriam me demitir no sábado”, revelou Macedo que se recusou conversar com Ramalho naquele dia. Uma pessoa próxima de Macedo foi ao Paço Municipal e disse ter visto os carros do prefeito, do secretário José Alves, do secretário de Planejamento, Messias Lúcio Ferreira e do secretário de Finanças, Newton Noronha.
No domingo, à noite, o ex-secretário recebeu uma mensagem de José Alves pelo celular em que agendava uma reunião às 8h com Ramalho. Na reunião, segundo Macedo, o prefeito considerou que ele foi “deselegante” na entrevista. Em função disso, “não teria condições de continuar no governo”. O vice-prefeito disse que o caminho então seria que Ramalho o exonerasse do cargo. “Exonera-me”, pediu Macedo. Ramalho concordou e disse que talvez nas eleições de 2012 o apoiasse. Considerou uma brincadeira e reclamou de seu comportamento. “É uma brincadeira. Ele (Ramalho) usa as pessoas e depois joga fora.”