Orestes Carossi Filho – A plateia de Itapetininga aplaudiu seis vezes, de pé, a regência do maestro João Carlos Martins e a Orquestra Filarmônica Bachiana do Sesi de São Paulo na segunda-feira, dia 28. Foi uma hora de espetáculo do maestro que visitou a cidade pela terceira vez. Antes da apresentação, Martins conversou com a reportagem e falou sobre música clássica, samba, sua história de superação e já avisou que retornará para Itapetininga em agosto, mas desta vez numa exibição aberta em praça pública com a bateria da Vai-Vai.
Ele disse que recebeu a notícia da vitória da Vai-Vai, no desfile de carnaval de São Paulo, que prestou uma homenagem ao músico, após viagem aos Estados Unidos. Retornou para comemorar com os integrantes da Escola de Samba. “Voltei correndo para o desfile.” Em sua opinião, uma mistura do clássico com samba é possível.
O maestro prepara para setembro, no Lincon Center, em Nova Iorque, a experiência de samba e música erudita. O primeiro ato com Bach e Vivaldi. O segundo, sobre a história dos escravos que influenciaram os ritmos brasileiros com a presença da bateria da Vai-Vai. “A mistura é possível. Com bom gosto e qualidade.”
Na avaliação do maestro, a música é o principal instrumento de inclusão social. “Onde há música, há paz e menos criminalidade”, argumenta. Para João Carlos Martins, se os músicos levassem sua arte para as comunidades pobres reduziria a distância entre a música erudita e o povo. “Se se dispusessem a conceder 20% do seu tempo em programas sociais nas periferias das cidades a música clássica seria como o rock.”
Para depois acrescentar que “falta boa vontade dos artistas”. Afirma que só se lembra de trabalho do pianista Arthur Moreira Lima que desenvolve o projeto “Um piano na estrada” que leva espetáculos a bordo de um caminhão-teatro. Lembrou que suas visitas nas favelas e comunidades da periferia de São Paulo construíram a ponte para o carnaval de 2011. “O artista (da música clássica) não deve ficar em uma torre de marfim isolado do mundo”, adverte.
Cabelos grisalhos, vestindo calça e camisa preta, João Carlos Martins lembrou que os encontros anteriores com Itapetininga sempre foram calorosos. “São pessoas que gostam de música clássica.” No final de cada ano, o maestro indica para a direção do Sesi as cidades com as melhores receptividades. Dos 200 municípios paulistas, ele faz, anualmente, o concerto em apenas 17. Itapetininga sempre foi contemplada. Não é apenas sua preferência que ajuda, mas outras informações apuradas pelo próprio Sesi. O motivo de sua escolha é explicado. O teatro do Sesi estava lotado. Os ingressos já haviam acabado.
Cadeiras extras foram colocadas para acomodar mais expectadores.
O público o reverenciava desde o momento em que pisou no palco.
Maestro regeu 7ª sinfonia de Beethoven
e Trem das Onze de Adoniran Barbosa
O maestro João Carlos Martins abriu o concerto com a 7ª Sinfonia de Beethoven. Em quatro tempos, a composição durou aproximadamente 35 minutos.
Em seguida, continuou com o tango do compositor argentino Astor Piazzola, e com a música tema do filme Cinema Paradiso. Chamou o público para cantar o samba malandro de Adoniran Barbosa, em Trem das Onze. O maestro encerrou com solo de piano com a música Luisa de Tom Jobim, um dos principais compositores da MPB. “O público de Itapetininga é caloroso. Por isso, preparamos um espetáculo como é feito para Londres, Paris ou Nova Iorque para trazer para Itapetininga.”
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