Marco Antonio – A morte de um motociclista e o atropelamento de um adolescente provocaram a revolta de moradores do Jardim Monte Santo e da Chapada Grande, bairros que ficam às margens da rodovia Raposo Tavares. Segundo os manifestantes, somente na última semana foram registrados quatro atropelamentos (um fatal) no trecho de dois quilômetros compreendido entre os km 156 e 158. Os moradores cobram a instalação de placas de sinalização e redutores de velocidade no trecho. Em nota, a SPVias, concessionária que administra a rodovias, informou que a implantação dos dispositivos “traria sérios problemas de segurança aos demais usuários da rodovia”.
José de Jesus Antunes, de 58 anos, morreu após ser atropelado por um veículo, no km 157 da rodovia, na noite de sábado. Ele se envolveu em um acidente com um adolescente que atravessava a pista de bicicleta. Antunes teria atropelado o rapaz e ficado na pista, ao lado da moto, quando foi atingido pelo automóvel. Ele e o adolescente foram levados ao pronto-socorro, mas o homem não resistiu aos ferimentos e faleceu.
O caso revoltou os moradores dos dois bairros, que estiveram na Câmara local na noite de segunda e organizaram um protesto na manhã de quarta-feira. Uma liminar obtida pela empresa impediu que os manifestantes bloqueassem a rodovia, sob pena de multa diária de R$ 50 mil.
A dona-de-casa Daniele Alves dos Santos mora há cinco meses na Chapada Grande. Ela tem que atravessar a Raposo Tavares várias vezes ao dia, tanto para pegar o ônibus circular, que não entra no seu bairro, quanto para vender os salgadinhos que faz para engordar o orçamento doméstico.
“Atravesso a pista o dia inteiro”, disse Daniele durante o protesto. Ela destacou que o ônibus da empresa circular deixa os passageiros em um ponto às margens da estrada e que muitos “já descem e atravessam correndo, sem olhar”. Ela contou que “quase todo mês tem atropelamento aqui”. A dona-de-casa reclama ainda que o posto de saúde e a creche que atendem as duas comunidades ficam no Jardim Monte Santo. “Quem precisa deixar o filho na creche ou ir até o posto tem de atravessar a pista”.
O perigo aumenta à noite, devido à falta de iluminação no trecho. Sobre a passarela, Daniele disse que o uso é difícil devido ao grande número de degraus. “Pessoas idosas e mães com carrinhos de bebê têm problemas em subir. Eu mesma quando uso tenho falta de ar”. Um engenheiro ouvido pela reportagem assegurou que a passarela “é um dispositivo que não funciona em pista simples, pois ninguém usa”.
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