Dirceu Cardoso Gonçalves – Toda vez em que se fala em aumento da criminalidade, insiste-se em clamar pela ampliação do aparelho de segurança pública, especialmente a máquina policial. A questão não é tão aritmética quanto parece. As cadeias e penitenciárias, mercê da ação repressiva das policias, estão perigosamente lotadas e, mesmo assim, a escalada criminosa continua. Logo, não é difícil raciocinar que a solução não deve estar unicamente na repressão.
Os governos têm o dever de dotar suas polícias de pessoal treinado e tecnologias capazes de enfrentar o crime em todas as suas nuances. Mas, antes de reprimir, é necessário aplicar medidas de prevenção.
O cidadão com um mínimo de amparo e encaminhamento “tem o que perder” e, dessa forma, fica mais difícil ser cooptado pelos esquemas criminosos que costumam fazer o papel do Estado omisso, mas cobram caro por isso, muitas vezes até a própria vida do beneficiário.
Sem que o negligente Estado assuma o seu efetivo papel de protetor e fomentador da vida social e produtiva, jamais se resolverá o problema da segurança pública. Quando a repressão policial ocorre numa área, os criminosos migram naturalmente para outras menos policiadas e assim sua ação maléfica vai se alastrando e roubando da sociedade os cidadãos que poderiam ser úteis e produtivos pelas próximas décadas. Estabelece-se, dessa forma, a nefasta briga de gato-e-rato, que deixa para trás um imenso rastro de destruição do tecido social.
É preciso compreender que o Brasil de hoje – e das últimas três décadas, no mínimo – não é mais aquele país agrícola e atrasado. O jovem contemporâneo é bombardeado por uma série de necessidades que seus pais e avos não tiveram quando jovens. Os produtos eletrônicos, tênis e roupas de grife agora são uma necessidade. Quem não os tem está fora da “turma”. Outra agravante é a droga que, inacreditavelmente, alguns buscam legalizar.
O Estado, como instituição, tem o dever de oferecer estabilidade e horizontes aos cidadãos. Os milhões arrecadados em impostos têm de servir para essa tarefa. Daí a necessidade de eliminar todos os focos de corrupção e descaminhos. A polícia só deve ser chamada para combater o crime. Mas o mais importante é evitar que, por falta de amparo e oportunidades, o indivíduo se lance esse caminho…
Cidade passa de 900 casos de Dengue em três meses
Nos três primeiros meses deste ano, Itapetininga já contabilizou 914 casos de Dengue, um aumento significativo em relação ao total de 574 casos registrados em todo o ano de 2023....