Everton Dias – O primeiro CD da Orquestra de Viola Caipira “Teddy Vieira” foi recebido como um presente para o violeiro José Bueno de Miranda. Aos 69 anos de idade, Zé Coelho, como é conhecido, é um representante fiel do grupo que preserva as raízes da música interiorana na região. Simples nos gestos e palavras, ele conta que o seu primeiro contato com a viola foi aos quinze anos no pequeno sítio onde nasceu, em Guareí. Ele nunca imaginou que fosse pisar num estúdio. Gravado em Alambari, no sítio de Rafael Altério – um dos principais nomes da música contemporânea brasileira – o disco reúne dez canções do ilustre autor itapetiningano, como Menino da Porteira, Pagode em Brasília e O Rei do Gado.
Carroceiro de profissão, Zé Coelho participa dos ensaios do grupo todas as semanas. Ele explica que o som da viola traz boas recordações de sua juventude e a gravação do disco foi uma de suas maiores alegrias. “Quando eu era jovem meu pai me comprou uma viola simples de madeira. Eu tinha como trabalho ir todos os dias aprender com um senhor que conhecia muito bem o instrumento. Depois comprei o método do Tonico e Tinoco e estudava sozinho. Eu sempre falo que a viola fez parte da minha vida, mas nunca tive esperança de um dia gravar um disco. Estou muito feliz por colaborar com este grupo e levar a música caipira para diversos lugares. Há um ditado que sempre levo comigo: quem trabalha com fé, Deus ajuda”.
O secretario municipal de Cultura e também coordenador do grupo, Bob Vieira, explica que os CDs não serão comercializados. “Tivemos o apoio do governo estadual para gravar e ainda lançamos poucos exemplares, que foram distribuídos apenas para as escolas da cidade”, explica Bob. Teddy Vieira, nascido em Itapetininga, teve uma trajetória artística bem consolidada. Suas composições mais conhecidas são: O Menino da Porteira, O Rei do Gado, Pagode em Brasília, João de Barro, Boiadeiro Errante, Couro de Boi, A Caneta e a Enxada, entre outras, que somam mais de trezentas canções gravadas por diversas duplas e cantores em todo o Brasil.
A Orquestra de Viola Caipira reúne mais 20 violeiros, todos com a fascinação pelo trabalho de Teddy Vieira. “No início eram seis, depois sete, oito, nove, e hoje somam quinze. Todos com a viola caipira de dez cordas, instrumento folclórico típico da região. Todos apaixonados pela obra de Teddy Vieira e pelo instrumento em risco de extinção”, diz secretário.
De acordo com o coordenador, os integrantes do grupo são pessoas que, em sua maioria, atuam como músicos em duplas, trios, solos, grupos, etc. Tem gente de 84 anos de idade, 75 anos, 66 anos, 54, e até um garoto de 12 anos. Ninguém falta aos ensaios e todos se dedicam para a ótima qualidade das apresentações.
O Grupo Violeiros de Itapetininga tem o objetivo de resgatar as músicas de raiz, principalmente do compositor Teddy Vieira, trabalhar os arranjos e apresentar ao público, contribuindo com a preservação da identidade cultural da região fundada pelos tropeiros.
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