Ao contrário de muitas crianças, que demoram a se adaptar e fazem aquela manha nos primeiros dias de aula, o garoto Cauã, de apenas 3 anos, espera ansioso pelo sua primeira vez na escola. Animado, ele já foi visitar onde vai estudar duas vezes e se mostra ansioso. “Lá tem bastante brinquedo”, disse se referindo ao que mais gostou. Sua mãe, Mayana Paula Fátima Lima, acredita que toda essa ansiedade deve ser porque o primo Henrique, que é um ano mais velho, estuda no mesmo local.
Outro fator que contribui para Cauã se mostrar tão ansioso com a idéia de entrar para a escola é que desde pequeno ele é acostumado à sociabilização. Na Vila Deise, onde vive, Cauã costuma brincar com outras crianças na praça do bairro. “Ele gosta tanto das crianças da rua que até me pergunta se os amiguinhos também vão estar na escola”, diz a mãe.
Para o psicólogo Alexandre Leme de Oliveira, especialista em psicologia breve para crianças, adolescentes e adultos, o papel dos pais e cuidadores (podem ser os avós, babá ou aquele que passa o maior tempo com a criança) são fundamentais na adaptação dos pequenos nos primeiros dias de aula. “A criança está acostumada com a sua zona de conforto. Quando ela sai dessa zona ela passa por um processo de adaptação. Muitas vezes, está acostumada com a casa dela, onde a bola é dela, o desenho é o dela, a boneca é dela, então ela pode não estar preparada para dividir a atenção e para o espaço da escola, que estimula essa sociabilização. A escola impõe limites, mas as vezes, ela não tem esses limites em casa”.
Para Oliveira, os primeiros dias de aula é um processo de adaptação e isso precisa ser falado pelos pais e cuidadores antecipadamente. “O primeiro contato é conflitante. Ela não sabe quem são os amiguinhos, não conhece o ambiente. Por isso o papel dos pais é fundamental, incentivando que ela faça novos amigos e comece a se acostumar com a nova rotina [horário para acordar, dormir, se alimentar] pelo menos com uma semana de antecedência”, orienta.
Outro fator fundamental nesse processo de adaptação é saber se o perfil da escola tem a ver com o perfil do filho. “A escola pode ter um perfil cognitivo, construtivo, de sociabilização, e os pais precisam saber se a escola tem o perfil adequado para seu filho. Caso contrário, isso pode inibir a aceitação da criança”, comenta.
Caso a criança não se adapte facilmente à nova situação, o psicólogo orienta que, caso seja preciso os pais ficarem um tempo em sala de aula para a adaptação, que isso seja o tempo mais curto possível. “Com a presença do pai ou da mãe a criança pode fazer manha. Isso dificulta até o papel da professora que fica acuada a agir na frente dos pais”.
Também é importante que os pais irem buscar os filhos na hora da saída. “Isso é importante porque a criança, até os nove anos de idade, não tem muita noção de que os pais vão embora, mas que depois voltam. Para ela, deixá-la no portão e ir embora, é ir embora mesmo. Então, se prometer buscá-la na hora da saída, é importante que quem prometeu realmente vá buscá-la”, diz.
Essa fase de adaptação também tem que ser a mais traquila possível. “Muitas vezes a família não colabora. Tem pais que choram junto com a criança no portão. Alguns fazem um carnaval em cima da situação”. Segundo o psicólogo, antes de tudo, é preciso que exista uma dinâmica familiar estruturada.
Mudança de escola
No processo de mudança de escola, a criança também pode passar por um processo parecido, já que ela não sabe como será sua recepção e quem serão os novos amigos. “Tem criança que chega a passar mal, começa a fazer muito xixi, tem dor de barriga Por isso é importante prepará-la para essa mudança”.
Por isso, Oliveira recomenda que antes de ser feita a escolha da escola da criança, que os pais analisem o perfil da escola, conheça o ambiente, os professores e percebe se o novo ambiente tem a ver com o seu filho. “É importante participar das reuniões bimestrais e que os pais sejam mais participativos”, orienta.
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