Orestes Carossi Filho
A Prefeitura de Itapetininga possui interesse na apuração dos indícios de irregularidades apontados pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). A afirmação é do procurador Antônio Carlos Leonel Ferreira Júnior, do diretor de Saúde, Fábio Nascimento e do diretor de comunicações, Edmundo Nogueira.Segundo Fábio Nascimento, as informações do TCE são preliminares e de rotina. Os três deram entrevista na sede do jornal Correio nesta quinta-feira, dia 18.
“São dúvidas”, acrescenta Nascimento, que foram levantadas pela própria administração municipal. No entanto, não se pode ter uma conclusão sobre o assunto. “Não se pode transformar a dúvida de um auditor em notícia crime”, completa. Nascimento foi um dos servidores que realizaram a análise das contas e identificou que as empresas possuem o mesmo endereço.
O diretor da Saúde, Fábio Nascimento, explicou que as notas fiscais eram para o pagamento de serviços médicos realizados no Hospital Regional. “A injeção de recursos foi feita de forma correta. Se há algo irregular, se existe, será apurado”, afirma Nascimento.
Segundo ainda o diretor de Saúde, a folha de pagamentos médicos do Hospital Regional absorve R$ 600 mil mensais. “Devem ser apurados os fatos. Mas não afirmar que há uma quadrilha operando dentro do hospital”, afirma indignado o diretor da saúde.
O procurador também reforçou que “foram apontamentos do auditor”. A Prefeitura e o SAS irão se manifestar. Só após a apresentação das defesas, é que TCE irá emitir o parecer final. “Foi o próprio prefeito que pediu a investigação”, afirma o procurador.
Sobre a prorrogação do contrato, apesar dos pontos levantados pela comissão interna da prefeitura, Leonel explica que foram feitas ressalvas e que foram comunicadas ao próprio TCE o problema envolvendo as notas fiscais das empresas que possuem o mesmo endereço. “A administração pública não cochilou. Não houve omissão”, defendeu o especialista em direito.
Para o diretor de comunicação, Edmundo Nogueira, a nomeação de Geraldo Macedo é uma prova que a administração não queria encobrir irregularidades. “Se a prefeitura queria esconder algo, porque iria colocar o Macedo na área da Saúde?”, indagava. “Não teria confiado a ele a tarefa de corrigir qualquer desvio na área”, acrescentou Nogueira.
“Nomes aos bois”
O procurador da Prefeitura de Itapetininga, Antônio Carlos Leonel Ferreira Júnior, disse que o vice-prefeito tem que dizer os nomes dos secretários que seriam o “triunvirato” da gestão pública. “Ele tem que dar nomes aos bois.” Leonel afirma que a prefeitura estuda processar o vice-prefeito após suas afirmações de que há secretários que “misturam o público com o privado”. O procurador disse que não irá entrar no assunto político.