Juréia Zaguetto Alves (*) – Os defensores de armas procuram seduzir consciências com argumentos frágeis, embora aparentemente plausíveis. É simples dizer que as armas protegem e conferem segurança às pessoas. Mas isso é verdadeiro?
Se as armas, realmente, garantissem segurança, defesa e estabilidade a pessoas e sociedades, jamais a família imperial teria perdido o poder na Rússia. Embora mantendo-se por 300 anos, inclusive com o amparo das forças armadas e polícia, os Romanov foram destronados e aniquilados em 1917. Armas, portanto, não dão segurança e bem-estar. Nem para indivíduos, nem para grupos minoritários, nem mesmo para governos e Estados fortemente armados. Armas produzem destruição, violência e morte.
Na virada do século XIX para o século XX, a nação mais poderosa do mundo, a Inglaterra, dominou grande parte da Terra. Dizia-se que o sol nunca se punha no Império Britânico, pois quando entrava no poente em Londres ou no Canadá, ele já havia nascido em Hong Kong e na Índia. Pois este império sofisticado, armado, poderoso, foi derrotado e perdeu uma de suas mais importantes colônias pela liderança de um homem completamente desarmado, frágil, amante da paz e contra todo tipo de violência, o Mahatma Gandhi. Em 1947 a Índia conquistou sua independência.
Armas produzem morte, tirania, perversidade e não segurança! A única superpotência mundial (militar, bélica, econômica) pós-Queda do Muro, os Estados Unidos, não conseguiu se proteger da violência do 11 de Setembro apesar de todo seu aparato bélico e de inteligência militar! Armas não protegem, nem indivíduos, nem sociedades!
Armas geram mais violência. Os fatos históricos, ad nauseum, o comprovam. A trágica situação do Iraque é o triste exemplo do momento. A ditadura militar no Brasil, o maior e mais armado país da América Latina, manteve-se no poder de 1964 a 1985. Não obstante os movimentos de luta armada para derrotar a ditadura, o que de fato levou os generais e suas tropas de volta aos quartéis e retorno dos civis ao poder foi o povo desarmado, pacífico e organizado, cantando liberdade e democracia pelas ruas e praças do país. Nunca é demais frisar: armas não conferem necessariamente poder e segurança, nem individual – dados diversos confirmam isso (veja site www.referen-dosim.com.br) – nem mesmo estatal, como os ilustrativos registros acima denotam. Desarmar a sociedade é uma necessidade imperiosa, afinal não queremos manter essa estatística de que o vetor arma de fogo mata 108 brasileiros diariamente em todo país. Basta! A sociedade moderna se firmou a partir de um contrato social em que transfere ao Estado a gestão da segurança e a administração da resolução de conflitos. O chamado Estado de natureza é a guerra de todos contra todos, ou seja, “olho por olho e dente por dente”. Só que os instrumentos de revide da violência utilizados atualmente não prejudicam apenas olhos ou dentes. É importante frisar que o cidadão armado acaba não se defendendo, pois o elemento surpresa está com o bandido e não com ele.
As armas de fogo, por sua capacidade, matam definitivamente. É o fim da vida!
O SIM no Referendo é um aperfeiçoamento da sociedade democrática.
O SIM no Referendo significa ser contra o estado de natureza, a lei da selva. O SIM no Referendo é um ato contra a barbárie.
O SIM no Referendo é uma aposta na vida para nós e para as futuras gerações. (*) A autora é profissional da Saúde e presidente municipal do PT.
Mais de 20 mil pessoas vivem na linha da pobreza
Em Itapetininga, 20.814 pessoas vivem na linha da pobreza, ou seja, aquelas cuja renda per capita mensal familiar não ultrapassa o valor de R$ 706, metade de um salário mínimo,...