Alberto Isaac – São as mais variadas, e por vezes incríveis e inacreditáveis, os nomes de ruas que orlam casas e muros de uma cidade. Denominações batizando pessoas desconhecidas ou de alto estofo, de animais, cidades, flores, nomes alegres, lúgubres ou austeros, estranhos ou poéticos, como rua das Lágrimas, do Desterro, das Erradias, da Mão Única, da Saudade ou do Ouvidor.
Alguns municípios para não cometerem omissões gritantes com figuras já desaparecidas e cujos nomes não constam como homenageados preferem utilizar apenas numerologia em suas vias públicas, como a progressista e bela Rio Claro. Mas, enfim, são todos caminhos ladeados por casas simples, mansões, palacetes, ou outras habitações de estilos variados e arrogantes.
Em Itapetininga, os nomes de ruas (já atingindo quase duas mil, incluindo praças e recantos), são encimados com placas, na maioria de pessoas humanas. Exceção, talvez, a populosa Vila Arruda, onde determinado trecho ostenta ruas com nomes de municípios vizinhos, como Sarapuí, Guarei, Bofete, Capão Bonito e outros.
No decorrer do Século XVIII as ruas locais mantinham nomes suaves e sonoros, ou fortes e arrebatadores como do Comércio, das Flores, Formigas, Constituição, do Gado, dos Prazeres, Santa Cruz, da Cadeia, Imperatriz, do Rosário, da Igreja, do Imperador, Boa Vista, da República, rua da Melancolia, etc.
Essas denominações foram substituídas gradativamente a partir de 1875, por denominações como Saldanha Marinho, Campos Sales, Monsenhor Soares, Venâncio Aires, Julio Prestes, Benjamin Constant, General Carneiro, Bernardino de Campos, Alfredo Maia, Dr. Virgilio e muitos outros, conhecidos por gerações itapetininganas. A rua Fidalga – a conhecida e hoje comercial José Bonifácio, permanece com este nome desde 1889, pois anteriormente ostentava o de rua Direita. Era a via de ligação entre o oeste e o centro da cidade. Denominada naquela época, já bem distante, como “fidalga”, foi dotada de uma linha de bonde (a única que se tem notícia) à tração animal. Esse meio de transporte perdurou por pouco tempo e cobria quase toda extensão da rua, partindo da esquina da Monsenhor Soares, frente ao Palacete Brisola, até a atual Prudente de Moraes, um percurso de aproximadamente 800 metros.
Nessa rua, onde foi cometido um assassinato, tendo como personagens pessoas representativas de Itapetininga, havia uma concessionária de automóveis, além de estabelecimentos comerciais as Casas Cristal, Paulista, de calçados Ferreira e Ararat, Armazém de Bartolomeu Rossi, Casa Nastri, eletrodomésticos de Humberto Franci, salões de barbeiro do Dito (de Capão Bonito) e o salão de Calil Halak, profissional que servia ao político Julio Prestes, o famoso Bar Garcia e engraxataria e garaparia de Joaquim Pereira. Isto acrescido com a Confeitaria Vienense, depois Oba-Oba, a Casa Omega, o atelier fotográfico e loja Princesinha do Sul, o bar de Calil Badin e o empório de Calixto Zaher e a casa de tecidos de Daher Chamie.
A rua era residência de pessoas gradas e nos anos 1940 a diretoria do Clube Venâncio Aires sugeriu a compra de uma área próxima a “biquinha”, no fim da José Bonifácio, a fim de construir o seu “clube de campo”. A idéia foi logo descartada. Atualmente a José Bonifácio, embora com comércio intenso, “encontra-se um pouco degradada”, segundo vários cidadãos que por lá transitam diariamente e não se conformam com o estado que se encontra.
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