Everton Dias – A esquina entre as ruas Pedro Marques e Virgilio de Rezende, no Centro de Itapetininga, foi transformada num ponto cultural. Na última segunda feira, o artista de rua mineiro Felipe Alves, 26 anos, demonstrou todo o seu talento no violino em troca de moedas dadas pelos motoristas que aguardavam a abertura do semáforo. “O pessoal gosta de ouvir o som do violino. A música sempre faz bem. As pessoas saem um pouco daquele estresse do dia-a-dia. Geralmente elas estão correndo, atrasadas ou devendo”, disse o músico.
De passagem pelo cruzamento, a comerciante Leonor Hardt parou ao ouvir o som do instrumento. “Uma sinfonia por uma moeda?” perguntou-lhe o artista. Ela aceitou e aprovou. “Que maravilha. Não é sempre que temos a oportunidade de ouvir este tipo de música aqui na cidade. Eu estava estressada e agora ganhei o dia”, disse a comerciante que retribuiu a apresentação do artista com um pedaço de bolo.
Segundo o artista, o dinheiro arrecadado não é muito, mas é suficiente para pagar a alimentação e hospedagem. “Tem dia que ganho mais. No outro dia não recebo nada. Já ganhei de tudo: livros, acessórios, frutas, até mesmo um Big Mac. Às vezes ganho um sorriso e outras vezes escuto as pessoas me falando para pegar numa enxada, mas a minha enxada é meu instrumento, a minha arte. É uma pena que os artesãos e os artistas de ruas ainda sejam atropelados pela sociedade”, lamenta.
Nos últimos meses, os artistas de ruas têm mudado o cenário nos semáforos de Itapetininga. Por aqui já passaram músicos, malabaristas, mímicos entre outros. Todos chegam à cidade trazidos pelo acaso. Quase sempre estão a caminho de países como Peru, Venezuela ou também aos grandes centros do Brasil. Geralmente, eles ficam poucos dias nas cidades do interior, que servem apenas como paradas para reabastecer o bolso.
Nascido em Muriaé, cidade do interior mineiro, ele conta que há 6 anos percorre os países da América do Sul. “Do Chile fui para a Argentina. Depois passei por Porto Alegre, Maringá, Londrina, Ponta Grossa, Ourinhos e agora estou aqui em Itapetininga. Não sei para onde vou amanhã. Minha vida é um eterno ir para a frente. Não tenho destino, sempre estou de passagem. Na verdade o meu destino é o caminho”, disse o artista.
Ele conta que há dois anos trancou a faculdade de música que iniciou em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro. “Estudei apenas um mês. Não me acostumei com aquela rotina e com os horários. Na verdade, eu gosto do que faço. Todos temos escolhas: você pode escolher ter um trabalho formal e ir à uma faculdade ou viver sem horários e sem compromisso. Sou feliz por fazer isso, mas a minha felicidade é uma loucura para os outros.”
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