“Homem-Aranha: Sem Volta para Casa” é o primeiro filme com uma grande legião de fãs a estrear nas salas de cinema após o período da pandemia e possivelmente será a produção cinematográfica que mais irá faturar esse ano. O longa estreou no último dia 16 e quebrou recordes mundiais arrecadando, na estreia, R$ 3,3 bi segundo o portal Notícias da TV. Em Itapetininga não foi diferente. A bilheteria está sendo maior que do filme Os Vingadores, do universo MCU, sigla em inglês do Universo Cinematográfico Marvel.
Os fãs itapetininganos do herói aracnídeo aprovaram o novo longa-metragem dirigido por Jon Watts. Beatriz Pereira Silva, estudante de Jornalismo, foi assistiu ao filme na pré-estreia. “Como fiéis fãs que somos, vestimos nossas fantasias e camisetas personalizadas, garantimos nossos ingressos e fomos prestigiar mais uma grande produção dos estúdios Marvel e Sony Pictures”, disse.
O filme “Homem-Aranha: Sem Volta para Casa” é digno de euforia, lágrimas e aplausos. “Um rapaz comum de coração enorme se transforma no amigo da vizinhança, o personagem icônico de Peter Parker é interpretado novamente pelo ator Tom Holland, que entrega a essência humilde e honesta deste herói. O filme conseguiu unir diferentes gerações as aproximando do atual padrão de entretenimento no cinema com uma pitada de nostalgia. Nele, podemos testemunhar cenas marcantes de ação, referências, piadas e memes sem exagero, transformando a experiência em algo arrebatador para todos os públicos”, analisa.
O filme que vinha gerando grandes expectativas antes da estreia, deixando os fãs ansiosos pela estreia. “Ouso dizer que ele não só supre as expectativas, como as supera! Fechando 2021 no universo cinematográfico com chave de ouro e um filme épico a ser desfrutado”, comenta eufórica.
O ator Valmir Agapto, fã do herói, compartilha da mesma opinião de Beatriz sobre o filme. Para Valmir “O filme conseguiu entregar tudo que um fã gostaria de ver, foi como se os produtores lessem as mentes de cada pessoa que gosta desse herói. E tudo se concretiza de forma sutil, cada cena deixa um gostinho de realização, tudo que você quer ver no filme”, esclarece.
Valmir comenta que a atual produção é “uma verdadeira homenagem ao herói e seus filmes no cinema já que o herói teve sua história contada através dos anos sob três perspectivas interpretadas por Tobey Maguire, Andrew Garfield e Tom Holland. Cada um deles conseguiu valorizou e marcou o personagem nas telonas. ‘Homem Aranha: Sem Volta para Casa é o mais emocionante e surpreendente que eu já vi em todas as adaptações cinematográficas”, explica.
Perguntado por que o herói, criado em 1962 por Stan Lee e Steve Ditko, é tão especial para ele, Valmir responde rapidamente “porque ele simboliza esperança, você pode vestir sua máscara e se sentir um herói ou poderoso, coisa que eu fazia muito quando criança e talvez até hoje. Qualquer um pode ser o Homem Aranha”, conclui.
A explicação de Valmir ajuda a entender, um pouco, a admiração dos fã pelo “escalador de paredes”. Marcus Vinicius de Medeiros escreveu para o site Omelete, que Peter Parker representa “um sujeito comum que enfrentava as dificuldades típicas da adolescência”, ao contrário do Superman com poderes inimagináveis. Parker preocupava-se com as aulas, como ganhar uns trocados, pagar contas, com a saúde de sua tia e namoro. “A tudo isso, ainda viu acrescida a responsabilidade de usar seus poderes em prol da justiça”, reforça Medeiros.
Outro traço marcante do herói é como ele supera os traumas de sua vida – e são vários, pode ter certeza. E um outra característica marcante do personagem: o bom humor, muito bem explorado no filme de Watts. “São piadas bem construídas e amarradas e muitas, muitas surpresas”, reforça João Vinícius Ferreira Machado, assessor parlamentar. João Vinicius assegura que é melhor filme de todas as franquias do Homem-Aranha. “O filme brinca com as emoções. Uma hora você está rindo, aí você chora, fica bravo, aí se emociona de novo. Vale cada centavo e cada minuto de espera”.
“Homem-Aranha: Sem Volta para Casa” está em cartaz nas salas de cinema da cidade. Mas é aconselhável comprar os ingressos com antecedência devido à enorme procura.
O ESCALADOR DE PAREDES NASCEU NOS GIBIS
Em 1962, Stan Lee e o desenhista Steve Ditko criaram o Homem-Aranha para a revista “Amazing Fantasy”, nº 15, uma história de 11 páginas de um herói adolescente com problemas do cotidiano e poderes de uma aranha. Apenas no ano seguinte ele ganhou um título próprio. De lá pra cá, talvez tornou-se o mais icônico herói do universo Marvel. Ao longo de quase 60 anos, o herói sendo foi repaginado várias vezes: desistiu de lutar contra o crime, casou-se, separou-se, mudou de uniforme e enfrentou inúmeros inimigos como Duende Verde, Dr. Octopus, Electro, Kraven, Homem-Areia, Abutre, entre outros.
Na edição 39 (1966), o desenhista John Romita assumiu os desenhos do herói. Na década de 1960, Parker conhece Mary Jane (1966), é perseguido pela polícia, acuado pela opinião pública, cuida da adoentada tia May e desiste de ser herói na icônica cena que joga o uniforme num latão de lixo, de 1967.
Na década de 1970, Roy Thomas assume as histórias. Na edição 89, Gil Kane assume os desenhos da revista, sua chegada culmina com a mudança de clima da revista, sendo que algumas das histórias mais icônicas do herói são criadas nesta época como a morte do Capitão Stacy, pai de Gwen. Em 1972, Gery Conway escreve a trágica morte da namorada de Parker, Gwen Stacy, que foi lançada pelo Duende Verde do alto da ponte do Brooklin (NY). A partir desta HQ nem sempre os heróis vencem no final.
O uniforme negro surge na série “Secret Wars”, de 1984, quando após uma luta o herói fica com seu uniforme destruído, uma máquina alienígena o ajuda a confeccionar um novo traje – na verdade o uniforme é um ser alienígena que necessita de hospedeiros. Somente em 1988, surge Venom, um dos principais inimigos do herói.
“A Última Caçada de Kraven” escrito por J. M. DeMatteis e desenhado por Mike Zeck em 1987 é considerada uma das melhores histórias do herói aracnídeo. O caçador Kraven não quer apenas derrotar o herói, sua obsessão é tornar-se o próprio herói em atos e espirito. Quando ele consegue derrotar seu inimigo, o vilão satisfeito se suicida.
Em 1987, Parker casa-se com Mary Jane. No final da década de 1980, o jovem artista canadense Todd McFarlane revoluciona o universo do herói com seu estilo ímpar. “Spider-Man”, nº 1, de sua autoria, publicada em 1990 vendeu 3 milhões de cópias. Ao longo da década de 1990 o prestigio do herói aracnídeo despencou em decorrência de controversas decisões editorias como mortes falsas, a saga dos clones e ressureições absurdas.
Em junho de 2001, o título “The Amazing Spider-Man”, nº 30, ganhou nova dinâmica criada por J. Michel Straczynski (criador do seriado televisivo “Babylon 5”) com narrativa visual de John Romita Jr., com aumento considerável de vendas. Straczynski desenvolve uma teoria envolvendo poderes totêmicos, reflexões sobre sua vida adulta e bom humor típico do personagem.
Publicada nos EUA em 2007, o arco “Um Dia a Mais”, serviu de livre inspiração para a história do filme. Nesta história Peter Parker não era mais casado com Mary Jane e o mundo teria esquecido sua identidade secreta, revelada durante a saga Guerra Civil. Tudo arquitetado por Mefisto, a quem o herói entregou seu casamento em troca da vida da Tia May, sua tutora. No filme Mefisto é substituído pelo Doutor Estranho.
ALGUMAS PRODUÇÕES ARACNÍDEAS NAS TELAS
NA TV – A 1ª aparição do herói fora do universo das HQs foi um desenho animado exibido entre 1967 a 1970 pela rede ABC, os 79 episódios foram produzidos pela Grantray-Lawrence Animation. “The Amazing Spider-Man”, a animação tem poucos recursos, mas é extremamente fiel as HQs e ajudou a aumentar a popularidade do Homem-Aranha. A música de abertura tornou-se um clássico, gravado inclusive pelo Ramones.
SERIADO – Entre 1977 a 1978 a Columbia Pictures produziu um seriado de suces¬so – apesar dos pesares. Nicholas Hammond foi o protagonista. O herói nunca falava. Com roteiros e efeitos fracos, os episódios tinham seu charme.
DESENHOS ANIMADOS – “Homem-Aranha” (1981); “Homem-Aranha e seus Incríveis Amigos” (1981–1983); “Homem-Aranha: a série animada” (1994–1998); “Homem-Aranha: ação sem limites” (1995–2000); “Homem-Aranha: a nova série animada” (2003); “Espetacular Homem-Aranha” (2008–2009); “Homem-Aranha: Ultimate” (2012).
FILMES SOLOS – “Homem-Aranha”, de Sam Raimi (trilogia lançada em 2002, 2004 e 2007), “O Espetacular Homem-Aranha”, de Marc Webb (2012 e 2014 ); “Homem-Aranha: de Volta ao Lar” (2017) e “Homem-Aranha: Longe de Casa” (2019), os dois últimos dirigidos por Jon Watts, e “Homem-Aranha no Aranhaverso” (2018), dirigido por Bob Persichetti, Peter Ramsey, Rodney Rothman.