*Juliana Cirila
Rogério Marcondes, 32 anos, é um itapetiningano que atualmente vivem em São Paulo. É artista, ator, bailarino, diretor, produtor, artista, educador, sociólogo em formação, apresenta um podcast sobre arte, cultura, sociedade e infância, e se dedica também a escrever.
No último dia 02 de novembro, lançou seu primeiro livro intitulado “Poeira e Sol” trazendo referências da infância quando era comum a família toda sentar-se na sala para assistir algum filme em fita VHS, alugado.
Com um pouco de terror e velho oeste a história se passa na cidade fictícia de Stone River. “É um lugar muito semelhante à Itapetininga e consequentemente, ao nosso país. É um lugar violento, onde se impera a lei do mais forte, a lei do progresso, pensado de maneira única, sem levar em consideração a diversidade, a representatividade e a política como essenciais para a vida. Toda a trama se dá a partir do assassinato de uma pessoa influente numa cidadezinha até então pacata e distante de todo progresso”, explicou Marcondes.
Dentro dessa narrativa há varias questões atuais que compõe a história do livro, completou o autor. “Questões como a pressão do machismo para o controle a partir da violência, questões religiosas e conservadoras, que muitas vezes suprimem existências pela moral, pelos bons costumes e pelo poder político e econômico do controle, fato que pode ser observado ao longo de nossa história brasileira manchada, como o genocídio indígena, por exemplo, que ainda ocorre, mas não é do interesse político”.
O gosto pela escrita veio muito cedo ainda na época da escola.
“Escrevia peças de Teatro, contos, alguns projetos de livro. Fiz até um micro série para gravarmos, a pedido do diretor na época, mas que acabou não rolando. Lembro que enquanto eu escrevia os doze capítulos, meus amigos ficavam lendo e passando de um por um para acompanharem a história”, contou o escritor.
O autor também traz até hoje um carinho pela professora Lucelena. “Ela é um exemplo de como a arte existe em cidades como Itapetininga que carecem de atenção para iniciativas culturais populares. Isso acaba apagando outras possibilidades, inclusive de desenvolvimento da cidade”.
A ideia da publicação de um livro veio há seis anos, quando decidiu parar de escrever por hobbie. “Finalizei ele nesse momento tão difícil que estamos vivenciando, na quarentena, e então corri atrás. Por sorte encontrei o Ismael Tavernaro, também nosso conterrâneo, que desenvolve um trabalho editorial independente na cidade de Cerqueira César, com a Filos Editora. Ele me deu todo suporte que precisei, pois quando estamos iniciando carreira, todo ambiente acaba dando lugar a insegurança”, contou Marcondes.
Sobre continuar a escrever o autor brinca que sua mãe sempre diz que escrever é o seu forte, então ele pretende continuar a escrever por um bom tempo.
O livro “Poeira e Sol” é encontrado em livrarias e lojas online, e ainda, existe um conto spin off da história, chamado “O Batizado” que está disponível gratuitamente na plataforma Wattpad.