Um empresário da cidade de Boituva mantinha em sua residência uma preciosidade histórica: 591 fotos de Itapetininga feitas nas décadas de 40 e 50. As imagens mostram o início das obras da Matriz Nossa Senhora dos Prazeres, a 1ª missa realizada na nova igreja pelo padre Antônio Brunetti e também alguns prédios históricos da cidade. O material inédito, que estava quase perdido, foi doado ainda em películas negativas para o Museu da Imagem e do Som de Itapetininga (MIS), nesta semana. O doador é o empresário Wilson Silva, ex-seminarista que vivia em Itapetininga naquela época. “Ele só percebeu o valor do material que tinha em casa após ver uma reportagem sobre o trabalho do museu na televisão”, explica o presidente do MIS, Roberto Soares Hungria.
“Wilson era um apaixonado por fotografia e registrou belas imagens. A qualidade das imagens impressiona. Para capturar os melhores ângulos, ele subia nos andaimes que eram utilizados na construção do templo e fotografava as ruas da cidade, as casas antigas, os prédios históricos e as pessoas. A construção foi iniciada no ano de 1945. Ele não imaginava a importância deste material para a preservação da memória da nossa cidade. As imagens, que mostram muito sobre a vida de Itapetininga naquela época, ficaram durante todos estes anos dentro de uma caixa. Tivemos que contratar um empresa especializada para recuperar os negativos”, conta o presidente.
Segundo Hungria, as doações são de grande importância para o museu. “É desta forma que conseguimos ampliar cada vez mais o acervo de imagens e de sons relacionadas com Itapetininga”, destaca. O museu aceita fotos ou filmes antigos que forem oferecidos pela população. “Tiramos cópias e devolvemos os originais aos doadores”, completa o presidente.
Ele lembra que no mês de abril, o museu recebeu dois álbuns com 350 fotos no tamanho 20 por 30 que reproduz residências e prédios públicos e privados de Itapetininga. A doação foi feita pelo intelectual e colaborador do museu Oswaldo de Souza Filho, itapetiningano que mora em Sorocaba. “Neste álbum há uma fotografia tirada no ano de 1898, quando a Escola Peixoto Gomide ainda estava em período de construção”, conta o presidente.
O MIS de Itapetininga foi fundado há 14 anos e possui um dos maiores acervos do país. É mantido graças ao trabalho voluntário de seus dirigentes e doações de empresas da cidade. São quase 200 DVDs de relatos, filmes e documentários históricos. O vídeo mais antigo é de 1920, uma raridade considerando que as filmagens começaram em 1895. É uma gravação da Festa do Divino na cidade, que teve a participação do então governador do Estado de São Paulo Júlio Prestes. Há também mais de quatro mil fotos antigas que ficam itinerantes, já que mesmo sem uma sede, o MIS continua em atividade, prestando assessoria a estudantes e pesquisadores e levando a escolas um pouco de história da cidade.
Sede
De acordo com o presidente, é o único museu de imagem e do som do Brasil mantido por uma entidade privada. Desde sua fundação, aguardam a sede prometida pelo poder público. Para Hungria, Itapetininga não apresenta uma preocupação com a memória. “É o que explica tanto descaso não apenas com o museu, mas também com prédios históricos”, afirma.
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