O grupo X do Drama Teatro apresenta seu mais novo espetáculo “A Nova Roupa do Rei” de Hans C. Andersen. A peça faz parte do projeto que vem acontecendo desde junho de 2021, onde o grupo procura adaptações mais voltadas para o público infanto-juvenil.
A ideia é trazer reflexões que muitas vezes vem de forma subliminar, explica o diretor Fábio Jurera. “A peça ‘A Nova Roupa do Rei’ impacta um sobre a nossa realidade, principalmente a soberba do rei, em aumentar os impostos para poder comprar roupas, porque ele não consegue viver com as mesmas roupas. Ele é alguém que não se importa com o povo e eu acredito que tem muito a ver com vários perfis políticos que vemos no nosso Brasil”.
Jurera também conta que a figura do Rei reflete um pouco sobre a arrogância, soberba, egoísmo, onde o que conta é apenas seu desejo, que são as roupas. “Para mim, essa figura autoritária do Rei, reflete muito na maioria dos políticos. Não vou generalizar, mas a grande maioria não enxerga pessoas com menor poder aquisito, eles vivem dentro de uma realidade diferente. Mas o bom que o final é surpreendente, acho que é algo que gastaríamos que acontecesse com essas pessoas que merecem por passar o povo para trás”.
Contracenando com mais quatro atores, Jurera conta qual é a sensação de estar de volta aos palcos, agora como ator. “Eu tenho uma expectativa sobre o momento, e também sem contar do nervosismo tradicional que é de praxe, mas com toda sinceridade eu diria que eu me sinto muito feliz”.
Quando se profissionalizou como ator Jurera retornou a Itapetininga, em sua busca como ator até achar um diretor no qual confiasse e se identificasse acabou montando sua própria companhia de teatro. “Por sugestão do saudoso Antônio Luís Pedroso Balint que achava que poderia existir outro grupo de teatro em Itapetininga e foi assim que comecei a dirigir as peças de teatro”.
Foi assim que se consagrou diretor, ficando a frente por dezenove anos do Grupo Tapanaraca. “Eu como diretor e ficando a frente do Tapa, acabou que eu não tinha mais tempo para me dedicar a atuar. E dirigir me abriu muitas portas, me colocou de frente comigo mesmo, me desafiando coisa que atuar também está fazendo. Mas a direção tem algo de macro, pois existe a concepção de tudo que tem que ser feito e ao mesmo tempo o diretor não é útil, pois a peça é feita pelos atores. Eu precisava escolher um dos lados e depois de muito tempo como diretor eu volto a atuar”.
Sobre a nova proposta do grupo ser o teatro de rua, Jurera explica que é uma proposta experimental. “Optamos por trabalhar fora do espaço convencional, porque há muita gente trabalhando dentro do espaço convencional e o teatro em suas raízes vem de uma manifestação popular. E isso nos deu vontade de fazer o caminho inverso, se tornar questionador no sentido de proposta cênica”.
A vantagem, segundo ele, de trabalhar nos espaços convencionais é que você sai de uma forma pré-moldada. “Não seria na obra, nem no texto, mas sim da maneira de se executar aquilo. Nós queremos desenvolver essa linha de pesquisa para ver como o público e os atores reagem e a vantagem é sair da zona de conforto e mergulhar em uma realidade que alguns artistas chamam de intervenção”.
Mas também há uma desvantagem em se realizar um trabalho assim, por exemplo o clima. “Se chover, não tem peça. Outro fator é que por ser na rua estamos sempre disputando o espaço com gente que acaba falando alto na hora da peça até porque na rua as pessoas acabam perdendo um pouco do senso que aquilo é uma peça de teatro. Mas são exatamente essas coisas que tornam tudo isso mais interessante e nos dá mais motivação”, acrescenta o diretor.
Serviço:
Local: Paço Municipal
Data: Todos os domingos de março
Horário: 17h
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