Eu não me lembro do ano, mas sei que estava no Seminário Presbiteriano Conservador. Eu era seminarista. Houve, creio eu, no final da década de 1950 uma epidemia no Seminário. Vários seminaristas ficaram doentes. O vírus de uma gripe havia dominado a casa de profetas. Fiquei doente e muito doente. A morte estava na minha mente, nos meus olhos e nos meus sonhos, que eram pesadelos. Dormia pensando nela e ela estava sempre me espreitando com aqueles olhos fundos.
A minha mãe morrera em 1954, quando eu tinha 12 anos. Vi a minha querida mãe morrer de falta de ar. Vi os meus colegas de escola entrarem em fila e cada um dizia: Meus pêsames e me abraçava. Vi o meu pai, correndo para lá e para cá, sem saber o que fazer. Vi a minha irmã de oito anos chorando. Eu me senti só, embora visse o meu pai e minha irmã ali. Minha mãe era tudo.
Agora, no ano de 2020, neste período de pandemia, vejo a morte de todos os lados. Ligo a televisão e a primeira notícia que ouço é da pandemia. O repórter fala do número de mortos pela gripe, provocada pelo vírus corona. A televisão exibe o cemitério, as covas, os caixões, os coveiros. Há os casos confirmados e não confirmados. Vejo os brasileiros mascarados. Alguns não sabem usar a máscara e cobrem o pescoço, outros a boca e deixam o narigão para fora, como se o vírus não fosse aspirado pelas narinas. Só se fala em coronavírus. Que lástima!
Só não fico doido, pois já me acostumei com a morte, minha inimiga, pois levou, também, o meu pai, quando eu tinha 21 anos.
Aprendi, lendo a Bíblia, que o salário do pecado é a morte e todos terão que enfrentá-la. Para o cristão a morte é uma passagem desta vida para a glória celestial. É a Palavra de Deus que conforta o cristão. Diz Paulo que um dia vamos morrer, porém quando isso ocorrer a nossa alma vai para Deus e o nosso corpo é sepultado. Diz, ainda, que assim como Jesus morreu e ressuscitou, assim acontecerá com o nosso corpo. Na ressurreição “os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados, porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade e que o corpo mortal se revista da imortalidade.
Morre o corpo, porém, a alma que provém do sopro divino não morre. Jesus disse para o ladrão, que arrependido, aceitou a Cristo: “Hoje tu estarás comigo no paraíso.” O corpo de Jesus foi sepultado e do ladrão também, mas os dois se encontraram no Céu. Diante de tudo isso é necessário que se diga que com Cristo vamos para o Céu, mas sem Jesus, saiba Deus o que vai acontecer, nem é bom falar, pois isso pertence ao Eterno.