Laura Oliveira*
Apesar do pequeno atraso na colheita de soja deste ano, a produtividade da planta foi boa. O atraso se deve à falta de chuva no início do plantio que acabou atrasando a colheita prevista para começar em meados de janeiro. Segundo os dados da Secretária da Agricultura e do Abastecimento, Itapetininga ocupa a nona posição em área de produção de soja do Estado, totalizando um plantio de 21 mil hectares. Em 2020, o Brasil se tornou o maior produtor de soja do mundo.
De acordo com o engenheiro agrônomo Edigar Petisco, a próxima safra é a do trigo. “A soja já foi toda colhida e as áreas irrigadas foram colhidas normalmente. Logo depois da colheita foi plantado o milho safrinha. Então, nessas áreas mais adiantadas de soja, todo o milho já foi semeado. Ele é semeado até o comecinho de março e já está em pleno desenvolvimento vegetativo. Essa soja que foi colhida por último, pode ser plantado aveia para massa e matéria orgânica, ou o trigo. Os meses de abril e maio são a época do plantio de trigo. Como estamos atravessando um período meio seco, com poucas chuvas no mês de março, acredito que nas áreas de trigo e de sequeiro, ainda nada foi plantado em função da baixa umidade do solo.”
“A soja que foi colhida esse ano, mesmo com um plantio mais tardio, de uma maneira geral, se comportou muito bem, porque apesar do atraso, depois a chuva veio em uma quantidade bem razoável. Choveu na hora do crescimento do grão, que é a fase mais crítica da cultura. No meu ponto de vista, as produtividades de soja foram até superiores aos anos passados, o único problema mesmo foi o atraso. Sae atrasa para plantar, atrasa para colher. A nossa região é uma área que esfria muito no inverno, tem chances de geada, então se atrasar muito e plantar outra coisa, como o milho e ele ainda estiver em uma fase de enchimento de grão tem um prejuízo quase que total da lavoura se for afetado por uma geada”, completou Petisco.
Ainda segundo o engenheiro, a principal dificuldade no plantio desse ano é o clima. “A maior dificuldade do plantio e da colheita acaba sendo o clima. Se você não tem umidade no solo, você não consegue plantar e se chove demais, você também não consegue colher, pois, a máquina não entra. O clima me parece que tem sido o maior obstáculo, uma vez que cada ano tem o El Ninõ e El Nina. E quando chove de menos mesmo quem tem irrigação é afetado, pois, acaba diminuindo a água dos reservatórios e açudes. Às vezes, o pessoal não tem disponibilidade de água o suficiente para fazer a irrigação e quem já faz a cultura de sequeiro, está realmente dependendo da chuva que vem do céu. Mesmo com a pandemia, a agricultura continua trabalhando normalmente. Agora, o pessoal de hortifruti, tem sofrido um pouco, com a diminuição de consumo por parte de restaurantes e afins, e com o giro rápido que eles têm que ter, principalmente com folhas que são colhidas praticamente todos os dias. Pode ser que esse seguimento tenha sofrido um pouco mais, mas na área de cereais a pandemia não afetou em praticamente nada.”
Julieidson Rodrigues de Moraes, técnico Agropecuário do Sindicato Rural, falou que uma das maiores dificuldades para os produtores é a entrega. “Na parte de agricultura só afetou no começo, porque não conseguiam entregar, aumentou muito o valor do frete. A logística atrapalhou um pouco…”
“Em comparação aos outros anos, os preços aumentaram demais, o que teoricamente também afeta outros setores”, concluiu o técnico.