-Orestes Carossi Filho – O protocolo de Kioto vai beneficiar os produtores de Itapetininga. O governo federal liberou financiamento de até R$ 1 milhão por produtor, para pagar em até 15 anos e juros de 5,5% ao ano. Segundo o engenheiro agrônomo Luiz Paulo Mendes, o valor é destinado para Agricultura de Baixo Carbono (ABC). O recurso deve ser obtido junto às agências do Banco do Brasil. A primeira parcela é paga após três anos de carência.
Estão incluídos financiamentos de cultivos de eucalipto, recuperação de pastagem em área degradada, além do plantio de cana-de-açúcar em pasto com erosão e solo empobrecido e a integração da lavoura, pecuária e floresta. Mendes, que faz consultoria no setor, aponta que possui seis projetos para solicitar verbas públicas nas cidades da região.
O programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) concede incentivos e recursos para os produtores rurais adotarem técnicas agrícolas sustentáveis. A intenção é reduzir a emissão dos gases de efeito estufa, como gás carbônico, gás metano e óxido nitroso. Mendes explica que o Brasil assumiu metas no protocolo de Kioto, assinado em 1997. Mas as leis demoraram a serem aprovadas. Só a partir de 2010, o projeto entrou em vigor, explica o engenheiro agrônomo.
Mendes esclarece que o pecuarista após recuperar o pasto, poderá ampliar o gado. Com os recursos do financiamento, o produtor pode comprar vacas, novilhas, formar pastagens e recuperar áreas degradadas, além de construir cochos e cercas. “Com o pasto melhor, poderá comprar mais gado e melhorar o faturamento.”
Ainda segundo Mendes, o produtor pode recuperar o solo para o plantio e plantar eucalipto. Após dois anos, comprar animais que terão a sombra para descansar. “A sombra é necessária para o bem-estar do animal.” Segundo a Embrapa, nas pastagens sombreadas, o gado ganha peso mais rápido e produz mais leite.
Para liberar o dinheiro, é necessário obter informações na agência bancária, levar documentação, encaminhar propostas e garantias. O projeto técnico deve identificar o imóvel e a área total. Também é preciso constar no projeto o croqui descritivo e o histórico de utilização da área a ser beneficiada. O produtor deve apresentar a análise de solo e a respectiva recomendação técnica.
Para ser incluso no programa ABC, é necessário georreferenciamento por GPS ou semelhante. Por último, não se deve esquecer de incluir no projeto o plano de manejo agropecuário, agroflorestal ou florestal, conforme o caso, da área. A cada período será feita avaliação se o projeto obteve o resultado esperado.
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