Como já vimos, os filósofos de Mileto acreditavam em uma só substância, a partir da qual tudo se originara. Os três filósofos, recordando, eram: Tales de Mileto, Anaximandro e Anaxímenes. Surge, no entanto, a questão: Como uma substância era capaz de subitamente se modificar e se transformar em algo completamente diferente? É, como se pode notar, o problema da transformação. Aproximadamente 500 a.C., viveram na colônia grega de Eléia, sul da Itália, alguns filósofos, tais como: Parmênides, Heráclito, Empédocles e Anaxágoras. Eis as ideias desses sábios:
Parmênides (540-480 a.C.) acreditava que tudo o que existe sempre existiu. Nada, dizia ele, pode surgir do nada. Nada pode se transformar em algo diferente do que já é. Ele não acreditava nem naquilo que ele via, uma vez que segundo ele os sentidos nos forneciam uma visão enganosa do mundo. Ele achava que a tarefa do filósofo consistia em desvendar todas as formas de ilusão dos sentidos. A forte crença na razão humana deu origem ao racionalismo. Racionalista, portanto, é aquele que crê na razão humana, como sendo a fonte do conhecimento humano.
Heráclito (540-480 a.C.), oriundo de Éfeso, Ásia Menor, dizia que as constantes transformações eram a característica mais fundamental da natureza. Ele confiava no que os sentidos lhe diziam. Afirmou que tudo flui. Tudo está em movimento e nada dura para sempre. Há uma historieta célebre contada por Heráclito: Não podemos entrar duas vezes no mesmo rio, uma vez quando entro pela segunda vez no rio, tanto ele como eu já estamos mudados. Tudo no mundo está impregnado por constantes opostos. Dizia que tanto o bem, assim como o mal, são necessários ao todo.
Empédocles (494-434 a.C.) achava que tanto Parmênides, assim como Heráclito tinham razão numa de suas afirmações, mas estava totalmente enganado quanto a outro. A grande discordância estava no fato de que ambos os filósofos tinham assumido de que haveria apenas um elemento básico. A água não pode se transformar em um peixe ou numa borboleta. Empédocles acreditava que a natureza possui quatro elementos básicos, chamados por ele de “raízes”. Os quatro elementos são: terra, ar, fogo e água. Por outro lado, dizia que na natureza atuava duas forças: amor e disputa. O que une as coisas é o amor e o que as separa é a disputa.
Anaxágoras (500-428 a.C.) não aceitava a ideia de que a terra, ar, fogo e água pudessem se transformar em ossos, pele ou cabelos. Acreditava que a natureza era composta por uma infinidade de partículas minúsculas, invisíveis a olho nu. Essas partículas eram as sementes. Ele imaginava um tipo de força que seria responsável pela ordem e pela criação de homens, animais e flores. Ele deu o nome de inteligência para essa força. Ele chegou quase ao que Moisés ensinou. Fez grandes descobertas, tais como: afirmou que a Lua não possui luz própria e explicou como surgiu os eclipses.