Entre os documentos, levava sempre um atestado de sanidade mental e o original do certificado de patentes que tirou em todo o mundo, Aristides Warto é considerado um inventor.
Caso vivo fosse, completaria agora mais de um século de existência, e dizia ter resolvido um dos problemas mais antigos da aviação. Sidney Goldstein, Reitor da Universidade de Manchester, declarou, em 1957, que a aviação não estaria perfeita enquanto não fosse removido o ar que paira à frente das bordas de ataque das asas do avião. Ele conseguiu isso.
O principal invento de Aristides Warto, com familiares ainda residindo nesta cidade, é justamente um tipo de asa que ele chamava “flutuação laminar” que permite maior velocidade do avião e nenhum choque com o vento de frente com o aparelho. Vinha fazendo constantes experiências desde que trabalhava no Aeroclube do Rio de Janeiro, com modelos reduzidos.
Apenas um prêmio foi concedido a Aristides, em 1956, e, pelo que consta, não recebeu os doze mil cruzeiros que eram a ajuda fornecida pelo Estado Maior da Aeronáutica para continuação da pesquisa sobre flutuação laminar. Enviou então por cartas aos presidentes Jânio Quadros, Costa e Silva e presidente Médici, o relato de todos os detalhes técnicos do invento para que fossem verificados, além de pedir que fosse pago o antigo prêmio para poder comprar equipamentos novos e continuar seus trabalhos. Esperava, com o dinheiro, prosseguir com suas invenções com a ajuda de Germano Guidulli e Alcides Tanani, dois cientistas que estavam interessados no assunto. Ele pensava e sugeria às autoridades uma indústria aeronáutica inteiramente brasileira.
Warto havia tentado montar uma fábrica na vizinha Sorocaba, onde colocaria em prática a teoria da flutuação laminar. A licença para a instalação foi negada.
Considerava-se firmemente ser um brasileiro que acreditava em tecnologia e desenvolvimento, e achava-se recompensado com uma matéria elogiosa publicada pela imprensa britânica e brasileira através dos jornais “O Estado de S. Paulo”, “Jornal do Brasil” e “Correio da Manhã”, do Rio de Janeiro. Referia-se à técnica mecânica e teorias que o inventor Aristides Warto, como gostava de ser chamado, falava com desenvoltura. Afirmava com convicção que até os automóveis fabricados nos Estados unidos tinham alguma coisa de seu invento.
Os bicos móveis usados nos aviões para facilitar o voo e direção encontram-se descrito em sua patente americana. A ideia original era dele e dizia que poderia provar facilmente.
Desejava ser ouvido pelas autoridades que haviam dado crédito uma vez, encomendado a construção de um protótipo de seu avião. Mas não pretendia patentear outros inventos que tinha inclusive um barco que não produzia atrito com a água.
O inventor que Francisco Alves Vei conhecia muito bem, dizia na época, década de 1970, que seu avião esteve para ser construído no I.T.A., de São José dos Campos, e que outras decisões foram tomadas, depois golpe militar de 1964. E lembrava com muito orgulho que um dos seus inventos serviu de motivo para a criação do Grupo Executivo de Materiais da Aeronáutica – GEMA- que expôs suas invenções na primeira mostra realizada no Brasil.
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