Do remanso “Carrito”, as águas que serviram Itapetininga

Ainda encontra-se na memória de grande parte desta população, o famoso ribeirão do “Carrito” que por mais de 50 anos não só abasteceu de água quase toda ltapetininga, como, em sua grande área, serviu de lazer para os diversos segmentos da sociedade.
Foi na década de 70, que o conhecido também como “Ribeirão do Taboãozinho”, começou a desaparecer. Ele sempre apresentou um razoável volume de água e alimentava o manancial do “Carrito”, quase sempre usado para abastecimento da população da cidade. Começou em fins de 1976 a sofrer um processo acentuado de desaparecimento e, depois, foi praticamente secando por completo.
O ribeirão, então denominado Taboãozinho, foi sumindo na medida em que numerosas nascentes foram sendo destruídas. É o que afirmavam proprietários de áreas de terras no bairro da Chapada Grande, que, naquele então, relatavam o que acontecia com o ribeirão, não só à imprensa, como às autoridades da época.
Muitos, entusiasmados com as chácaras adquiridas atravessadas pelo ribeirão, começaram a se preocupar com as causas do fenômeno, chegando a instalar aparelhos de medição, para conhecer a variação do volume de águas – um volume que de resto, era suficiente para alimentar a represa esporadicamente pelo serviço de água e esgoto do município. Constataram, então, que o volume do ribeirão estava caindo assustadoramente, reduzindo-se a um fio, corno se encontra atualmente.
A bacia hídrica da represa do “Carrito” atingia a cinco quilômetros de extensão e era formada pelos ribeirões Taboãozinho e Aguada, alimentados então por vários brejos existentes em toda a área. Durante muitas décadas, a água distribuída à população, provinha exclusivamente daquele manancial e, posteriormente, o prefeito Valter Tufic Curi inaugurou novo serviço, sendo a água captada do rio ltapetininga.

LAZER DE TODOS – O “Carrito”, como era denominado, foi uma escola de natação para centenas de crianças e jovens das décadas passadas. Sem contar com piscinas nos clubes e mesmo em residências, dirigiam-se aos rios da cidade, aprendendo a nadar. Dentre os locais existentes, Cachoeirinha, localizada na mediação da Nisihinbo, do Ribeirão do Chá, próximo a Marginal da Vila Barth, da represa na vila Olho d’água, no ribeirão São Francisco, na Chapada Grande e outros, sobressaia-se o “Carrito” – o mais volumoso, extenso e apropriado para a prática da natação. O famoso futebolista e atleta Brasilino Rodrigues ensinou a todos o esporte das águas e, com equipe formada por sua responsabilidade disputou por alguns anos o Torneio Bandeirantes, realizados na capital paulista. Nadadores da época que se destacaram e que ainda são lembrados pela categoria e estilo, além de Ninho, foram Paulo Mendes, Daniel Carneiro, Valdir Paca, os irmãos Ledwar, Lineu e Led, Ari Codorna, Alcione Gavião, Reinaldo Moraes, Antônio Moraes, irmãos Ferrielo e Ari, filho do garçom Benedito.

O PROPRIETÁRIO – O riquíssimo Tenente Carlos Oliva de Melo Franco, Tenente Carrito ficou famoso pelos piqueniques que fazia realizar às suas expensas, até a década de 1920. Ele e a esposa convidavam famílias da sociedade local e, em grupos, que chegavam, às vezes a 60 ou 70 pessoas, rumavam, para os lados da Chapada Grande, onde às margens do rio, ficavam acampados por dois ou três dias. Durante o tempo em que “permaneciam no mato ouvindo urros de onça”, segundo o historiador e professor Carlos Fidêncio – uma extensa programação recreativa era cumprida: serestas, declamações, debates, discursos bestialógicos, passeios de barco e outras atrações. Carlos Fidêncio continua narrando que geralmente os convidados, na maioria jovens, entravam somente com o colchão de dormir. Tudo mais, alimentação, transporte, administração ficavam a cargo do anfitrião. Dos pomares do Tenente Carrito saíam carros e carros de bois levando frutas para o local do acampamento.
Alguns anos depois, Pedro Voss, diretor da Peixoto Gomide instituiu a prática de piqueniques periódicos entre professores e alunos. O local escolhido: sitio conhecido como açude “Carrito”, por ter pertencido ao tenente Carlos Oliva de Melo Franco, cuja residência localizava-se dentro do recinto e, que veio a ruir.

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